quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Fácil demais

Hoje me deu uma vontade de sussurrar torturas nos teus ouvidos e esperar alguma reação tua. Espero, passo os dias esperando, que você nunca mais saia inerte de mim. Saia marcado por uma sensação boa que pode ser prazer ou afeto contente, numa coisa saudosa que não precisa buscar satisfação no passado (porque eu tô bem aqui).
“Te mandarei flores amanhã”. Será que meu porteiro vai fuxicar o cartão e se deparar confuso com um remetente masculino prum destinatário igualmente masculino? Eu filmaria a cena pra te arrancar uma risada gutural que combina bem com esse tamanho todo. Deixe que te envio flores noutro dia pra compensar a solidão da hora do trabalho, já que você fica sozinho, nessa relação homem-máquina estranha por 40h/semana. Me manda flores também e me deseja, vai. Me deseja de todas as maneiras, mas me deseja com afeto. Me deseja um bom dia e me tira os dentes da boca, me tira dessa sombra que me esconde quando bate a tristeza e a falta de você, rapaz.
Prometo diante de uma entidade desconhecida que isso é amor. É amor na barba, amor nos calos da mão, amor espelhado nos olhos que reprovam e eu nem ligo. Nem ligo porque sou teu porto e teu porre. Tua estrutura elástica que se adapta, feito camaleão, no contraste da tua pele.  Tão amor-liquidificador que eu não saio inerte de você, nada sai inerte ou estável dessa minha vontade imensa de te fazer feliz. E tu lembra que já me mandou embora tantas vezes que a tua porta já tem as marcas de batida da minha mão. “Vai embora porque você me tem fácil demais”. Tua cama é moldada a mim, mas você tinha um medo descarado de se sentar à mesa com outro homem. Passou, como tudo passa um dia. Passou por mim e eu disse olá.
E nessa vontade que hoje me bateu, arrebatadora, de te dizer essas coisas todas, eu me lembrei de como eu também sou tão seu. Tão teu nos detalhes cotidianos que se a gente não parar a vida pra olhar devagar, vai parecer que a gente já tava grudado num berçário da vida. Já jogava futebol junto e ouvia um rock-não-tão-pesado-porque-eu-não-gosto-disso. “Será que a gente pode ir pra outro lugar?”. A gente foi e o tempo existe, e também as coisas mudam, você me diz. As coisas mudam e será mesmo que a gente mudou? Será que teve numerologia, tarot, astrologia, runas ou todas essas coisas de sorte que formataram a gente nesse futuro-presente que já passou? Será que teu amor e o meu eram predestinados, mesmo que a gente nunca acreditasse nisso? Balanço a cabeça e afirmo, conduzindo-te num passo de dança enquanto mostro a minha vida. Te faço sala, você é meu quarto. Meu diário-trancado-de-confissões que exprime e pede silenciosamente que seja cuidado, enquanto vulnerável.
Não faz assim, porque cócegas me tiram do sério e eu sou mais forte que você. Dos deuses da mitologia, sou uma mistura de Áries com Dionísio, e você é um Apolo-com-um-quê-de-Narciso, sem ter intenção nenhuma de ser Deus. Mundano, você acredita nas coisas todas daqui, da gente e o nosso amor se encontra em Vênus, prazer. Talvez a gente combine, talvez seja tudo um discurso inflamado pra te dizer que o importante é que as coisas mudam, sim, e a gente pode mudar um dia. E te peço pra não me mandar mais embora por medo, por isso te mando flores e um cartão confessando que eu continuo, sempre, sendo teu.

Autor: Daniel Bovolento

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Seja a mulher que seu ex vai sentir falta

Já faz algum tempo, recebi uma mensagem de um ex-namorado, que dizia: “vou passar o resto da vida me perguntando por que não deu certo”. Eu tinha todas as respostas, mas achei que nem era mais hora de falar.
Depois de oito anos de namoro, ele ficou em dúvida. Sofri com a dúvida dele. Mas a dúvida dele acendeu um ponto de interrogação dentro de mim. Terminei o namoro e não olhei pra trás. Nunca olho.
Sofro como um cachorro por um amor que quero que dê certo, mas quando desisto, deixo de lado como meia lata de cerveja quente. Você sabe que era bom, mas jamais será novamente.
Nem vem ao caso se sou ou não uma namorada inesquecível, mas fiquei pensando o que faz uma mulher se tornar assim tão singular para um homem. E nem estou falando de homens atormentados, daqueles que gostam de sofrer nas mãos de mulheres malvadas, aquelas que gostam somente delas e nada além delas mesmas. Homens se deixam seduzir por criaturas assim. Bem, quem não deixa?
Mas, então, me lembrei de um amigo que, depois de anos de libertinagem barata, começou a namorar. Sumiu, desapareceu, escafedeu-se, um dos maiores baladeiros e pegadores que já conheci na noite paulistana. “Ela não é a mulher que mais amei, mas é a que me faz mais feliz. Vou casar”, me disse.
Ela me ama; ri das merdas que eu falo; não é linda, mas se cuida; tem um cheiro gostoso; cuida da vida dela; é independente, mas me pede ajuda pra usar um pendrive; está sempre ocupada, mas nunca deixa de atender quando eu ligo; é parceira, descolada, maluquete; aguenta meus ataques de mau humor; quer sexo sempre; é ciumenta, mas até acho graça, eu era um galinha. “Sabe como é, mulher tá fácil hoje, mas dessas que fazem a gente feliz mais do que uma semana… encontrei poucas.”
Sempre penso no que faz uma história dar certo ou não. E, no fundo, acho uma bobagem quando dizem que melhor do que ser amado, é amar. Não tem nada melhor na vida do que sentir, ver, ouvir, ler, que alguém perde seu precioso tempo pensando, querendo, gastando, amando você.
Mas é verdade que amar alguém é uma arte. Quem ama abre mão de si mesmo muitas vezes. Esquece convicções. Pede desculpas mesmo quando acha que está certo. Sofre de saudade. Morre de ciúme. Parcela passagem em 12 vezes. Sorri quando o telefone toca. Tem dor de barriga quando ele lê sua mensagem no whatsapp – e não responde. A gente fica praticamente ridícula.
Mas o outro, que também ama (e essa é a melhor parte), acha a gente, que no fundo é ridícula, o último biscoito do pacote, a última cerveja gelada do deserto, os últimos 5% de bateria no celular.
Amor é isso.
O importante é que a gente nunca seja mais ou menos. Que a gente faça tudo mesmo por amor. Que seja especial. Que seja inesquecível. Seja o tipo de mulher, que os nossos ex-namorados vão sempre lembrar e pensar: que pena que não deu certo.

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Essa menina tá diferente

Uma história sobre se permitir ser mais feliz


E ela, enfim, disse sim.

Quem diria? – dizem as más línguas. Logo ela, que dançava até o chão ou até que os faxineiros viessem varrer-lhe os pés, sempre calçados num sapatinho 35 sem salto, avisando que mais uma noite de samba tinha chegado ao fim. Logo ela, que cantava, encantava, tomava uns bons goles de cerveja, dava um sorriso sincero, fazia umas gracinhas e geralmente se despedia dizendo que hoje não, muito obrigada. Logo ela, que sempre teve uma quedinha por aproveitar a vida, que é tão curta quanto a mais comprida de suas saias. Logo ela, que sempre perdeu o celular, a carteira, o Bilhete Único, a hora e os campeonatos de cuspe à distância… É, parece que agora ela ganhou.
Mas quem será que é ele? – perguntam as más línguas. Quem será que é ele, que ela jura que existe, mas que a gente não vê nem a sombra? Quem será que é ele, que toma dela um pensamento cá, outro lá, uns goles daquela cervejinha sagrada e os beijos mais carinhosos que ela já distribuiu por aí? Quem será que é ele, que coloca ainda mais brilho naquele sorriso de 33 dentes e naqueles grandes olhos castanhos que sempre gostaram de pequenos olhos castanhos? Quem será que é ele, que a fez desencostar o velho violão da parede e arranhar um Alceu Valença, enfim dando sentido ao “tu vens, tu vens, eu já escuto os teus sinais”?
E o que será que ele fez pra ela? – especulam as más línguas. Será que foi promessa de casa, comida, roupa lavada e um milhão por mês? Será que foi amarração ou a mandinga da banana que ele aprendeu no programa do Eli Corrêa? Ou será que foi um sexozinho delícia com direito a muito suor, muita saliva e uma conchinha gostosa, daquelas em que os corpos se encaixam e não se precisa de mais nada para acordar sorrindo? Não sei. Só sei que quando eles dançam, a Terra dá uma trégua no movimento de translação, porque o espetáculo, apesar de simples, é bonito por demais. E quando eles descansam, então a Terra trata de girar, que é pra preparar um dia mais do que convidativo fora daquele quarto que, das seis da manhã às seis da tarde, lhes parece suficiente.
Dizem por aí que ela, valentona como é, ainda resiste a confessar que foi picada pelo mosquito da ternura – conta pra todo mundo que todas aquelas manchinhas avermelhadas foram obra dos borrachudos no último fim de semana de praia. E que todas aquelas risadas são obra de mais livros de anedotas que ela vem lendo. E que aquelas canções românticas cantaroladas meio que sem querer debaixo do chuveiro são mera casualidade. Mas ainda bem que, por mais que a gente tente impedir, o sentimento, quando é bonito, sempre cresce. E arranca as cascas, cicatriza as feridas, lava a alma. Bota uma dúzia de sorrisos no rosto por minuto, 300 ême-éle de chope sem colarinho no copo de vidro por noite e apetite pra bater um PF no capricho por almoço. Leva embora os nossos medos, as nossas mágoas, o batente da porta e o que mais estiver pela frente. E traz de volta a coragem de se arriscar. Porque sentir é para os fortes. Só para os fortes.
E pouco a pouco, o travesseiro dele vai ficando inundado do cheirinho dela. Os lençóis dela vão ficando salpicados de fios de cabelo que insistem em cair da cabeça dele – denotando talvez a possibilidade de uma calvície precoce. O colchão dele vai se moldando no formato ideal para abraçá-la quando ela voltar. Coisa de cama, coisa de calma, coisa de alma, coisa de coração. Fiquei até sabendo que ela já deixou uma escova de dentes no potinho do banheiro dele. E que ele, vez ou outra, já se esqueceu de conferir o placar do futebol enquanto estava com ela.
E se acaso ela chegar perguntando como é que todo mundo ficou sabendo que ela está apaixonada, diz que foi o passarinho verde e aquela mania HORRÍVEL que ele tem de sair fazendo fofoca da vida de gente de bem



terça-feira, 15 de outubro de 2013

O que torna uma pessoa especial, dentre milhões de outras

A bossa nova tocando no rádio naquela manhã me lembrou do calor no peito que eu sentia toda vez que encontrava certo namoradinho de adolescência que eu tinha. Não era nem a presença dele em si, e nem as suas feições que não eram as mais atraentes. Era a paz que me invadia por dentro cada vez que ele me olhava nos olhos e perguntava se eu tinha dormido bem à noite. Ele era o rei dos pequenos requintes de delicadeza, como o bombom em cima do caderno de matemática, a mensagem desejando boa prova e, claro, o olhar, aquele cativo e carinhoso de todo dia que fazia meu coração ceder. Não eram os gestos em si, era a forma como aquilo tudo enchia meu copo até a borda de tudo que eu precisava naquele momento, a paz ou a tormenta. Nosso namoro não durou muito, mas deste dia em diante, passei a abraçar na minha vida pessoas assim, capazes de construir sorrisos sinceros na alma da gente. Pessoas bem especiais, basicamente encantadoras.Pessoas que nos fazem sentir especiais.
Descobri que o tal “borogodó”, indispensável em qualquer relacionamento que se preze, está fundamentado no encanto. Não é no rostinho de boneca, no presente de natal caríssimo, muito menos no abdômen sarado. Encanto mesmo vem de dentro. Gente que faz nosso coração gargalhar, que abraça quentinho colando o rosto, prepara o chá no fim de semana de gripe, que ri de si mesmo, cumprimenta o porteiro, que respeita o momento, o tempo, o vento. Gente que muitas vezes não sabe por qual bifurcação do caminho você veio, que tipo de bagagem você vem trazendo, mas tem certeza de que dedicação e respeito fazem parte do alicerce de qualquer relação, seja ela amorosa ou não. Gente que te basta.
Não sei dizer se o mundo anda carente de pessoas desse tipo ou se falta leveza para se permitir encantar. Existem hoje aproximadamente 7 bilhões de pessoas no mundo, e ainda assim minha vizinha não encontra uma companhia bacana para partilhar seu passeio no parque aos domingos.Ainda não encontrei alguém especial, ela diz suspirando. Sua ânsia encontra uma variedade de suspiros similares ao longo do planeta neste momento, e olhando pra ela, penso como ainda pode existir tanta gente solitária. O mantra do livro de cabeceira diz que quando a gente não sabe o que procura, não sabe reconhecer quando encontra. Será que não sabe mesmo ou estamos vivendo nossos dias com os olhares errados?
É o tal do enxergar com os olhos da face e não da alma. Tocar com a ponta dos dedos em vez de se permitir uma entrega completa, dessas que abraçam o todo e mudam a vida da gente. Porque beleza tem-se aos montes, encaixe de beijo na boca é fácil e se aprende; difícil mesmo é tirar o ar quando se vê. Complicado mesmo é ser apenas você para o outro, sem máscaras, maquiagens, rodeios, salto alto, camisa de marca, vodka na mesa da balada, foto no Facebook ou carro importado e, ainda assim, a sua essência bastar para o bem-estar do parceiro. Estas são as pessoas especiais: aquelas que sabem conceder seu encanto e aquelas que sabem reconhecer essa dádiva. Porque as pessoas especiais sabem pra quem aparecem. Tem que existir a sorte de reciprocidade e merecimento. Tem que saber enxergar além daquilo que a genética e o statussocial te permitem ver. Porque amor é assim, acontece ou não, mas se nosso coração está distraído com os atrativos “errados”, o acaso passa e a gente nem percebe. Este é o segredo daquele casal da faculdade que, aos olhos dos outros, pode parecer tão pouco convencional. Mais que a resposta para os desejos um do outro, eles são calma, aconchego e paz depois de uma semana de trabalho. São parceiros, amantes e amados; são especiais entre si, para si e só.
Sobre o meu namoradinho da adolescência, bom, o amor se foi, ele também, mas aquele sentimento de plenitude que o olhar zeloso dele provocava… Esse não só permaneceu como também se repetiu algumas outras vezes pelo caminho. Porque uma das delícias da vida é ter a oportunidade de esbarrar em várias pessoas especiais ao longo da travessia. Se o campo for florido, os sorrisos sinceros, os abraços apertados e os sentimentos genuínos, cedo ou tarde, um beija-flor pousa por ali e, dentre tantos que se foram, decide ficar. Se for o tempo da migração, nada se perde pra sempre. Pelo contrário, quando a mágica é real, conserva-se naquela porção gostosa do amor que sobrevive após o grosso do sentimento findar. Encanto é isso, a livre aproximação de alguém que tem toda a liberdade de quando bem entender, partir. Melhor ainda, encanto é a morada sem grades do amor, que permite o voo para jardins mais floridos – porém, é muito mais convidativa a doce e livre permanência.

Danielle Daian

Retirado de: Casal Sem Vergonha

Sobre o peso dos amores que ficam

A gente nunca sabe como será o grande encontro. Pode ser que chova fininho e os cabelos levemente molhados desencadeiem uma troca de sorrisos embaixo de um mesmo guarda-chuva naquela esquina movimentada da cidade. Pode ser que o sol ardente queime as bochechas bem devagar, que é pra esconder o rubor do olho no olho. Talvez seja carnaval, dia santo ou um fim de semana aparentemente perdido num ano qualquer. Às vezes já se sabe no primeiro sorriso. Outras vezes a empatia demora um pouquinho pra se manifestar e só sai da toca depois dos primeiros indícios de reciprocidade. Pode ser que o metrô atrase, o carro quebre ou simplesmente você esteja 10 minutos adiantado para  tudo que decidiu fazer naquele dia. Quem sabe seja pra sempre, ou talvez, só talvez, dure o infinito de um breve segundo. Era ele. Era ela. Eram ambos. A verdade é que a gente nunca sabe o instante em que vai cruzar o caminho daquele (a) que vai marcar a nossa vida pra sempre. A pessoa que vai prevalecer na alma, mais do que na presença concreta. A referência emocional mais sólida ao longo de toda a nossa travessia. Sim, este é mais um texto sobre o maior clichê da humanidade: o amor. E se você não gosta de estar no lugar-comum, aconselho a deixar esta leitura de lado por aqui.
É que na vida a gente se apaixona milhares de vezes, revira os olhos outras tantas, perde o fôlego, o ar, o par em diversas ocasiões. Mas amor, amor mesmo, aquele de fazer doer o fundo do peito, esse não passa todo dia na janela de casa. Acho até que ele faz uma dança pelo salão, te tira para dançar e, se a melodia acaba junto com o compasso, ele sai pela portinha que entrou, deixando um vazio que só o tempo é capaz de preencher. Não estou falando de paixonites ou pequenos embaraços, mas sim daquela pessoa que vai modificar todo o seu conceito de amor e relacionamentos. O protagonista das lágrimas abafadas no travesseiro durante a noite que fazem a gente esmorecer feito o bicho mais acuado. A peça principal de um quebra-cabeça que muitas vezes perdeu diversos encaixes ao longo do caminho, restando apenas uma moldura abstrata de um quadro que tinha de tudo para ser perfeito. Gente que simplesmente fica. Fica na alma, na calma, na paz e no desassossego. Gente que se faz presente mesmo na mais absoluta ausência.
Ninguém passa pelas nossas vidas à toa. Algum objetivo maior o universo tem com essa bifurcação de caminhos. Não acredito em acaso. Acredito em troca, parceria, cumplicidade, merecimento. Sentimentos que criam vínculos, fundamentam histórias. Muitas vezes a lição é contínua e perdura por anos, em outras, a caminhada a dois chega ao fim muito antes do previsto, e o adeus deixa de ser despedida para se tornar recomeço. Recomeço de um amor que finda seu ciclo conjunto para se tornar morada de uma saudade. Essa pra mim é a real definição de amor dentre tantas que já foram feitas ao longo dos séculos. Amor é o que fica daquilo que não ficou. O que é verdadeiro dificilmente se vai – pelo contrário, vai relembrar sua permanência de forma nada discreta naquela manhã de segunda-feira, após uma visita até a padaria, onde aqueles olhares cheios de cumplicidade se cruzarão novamente. No melhor estilo filme mudo, em que se conhecem as falas independente da cena, tudo aquilo que estava adormecido despertará. O coração aperta, o silêncio ensurdece, mas cedo ou tarde as emoções retornam para suas respectivas “caixinhas”. Acreditem ou não, é a forma que o amor encontra de encerrar ciclos e se acomodar no coração de forma a não ser mais espinho, mas sim uma delicada flor.
A verdade inconveniente é que todo mundo tem um alguém particularmente especial que vai levar para sempre dentro do coração. Seja pela história, parceria, entrega ou até mesmo pela vírgula deixada no final de um parágrafo que merecia um ponto final. Amor mesmo, no grosso do sentimento, permanece enraizado nem que seja escondido debaixo de um monte de sentimento mal resolvido. Felizmente, a maior dádiva da vida é que ela continua. Você se depara com outros grandes encontros, pessoas, novas histórias e com outras facetas do amor que talvez você nunca chegasse a conhecer se não fosse toda a experiência transformadora que viver este sentimento proporciona.
Não existe nada sobre o amor que já não tenha sido dito, escrito, cantado, cifrado ou assinado em lágrimas. Acho até que se existisse um manual sobre isso, sobre tudo que aconteceria no decorrer e após a passagem do furacão, talvez fossem poucos os tripulantes desta embarcação sem rumo. Poucos os que conseguiriam suportar a calmaria após a doce tempestade. O segredo para continuar navegandoAprender a conviver de forma saudável com esse pedacinho de memória que pulsa no coração da gente. Se permitir vivenciar todas as fases desse sentimento para que a transição “passado-futuro” seja bem confortável. E amar sempre e muito, porque amor correspondido é o laço de fita que enfeita o presente, desata os nós, traz o sonho de um amanhã mais doce e guarda lembranças tão gostosas que terminam sempre na ponta solta de um sorriso sincero.


Danielle Daian
Retirado de: Casal Sem Vergonha

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Ao amor da minha vida.

De verdade, meu bem, eu não acredito que você exista. Mas cheguei à conclusão de que, se não for por amor, que seja por você.
Que eu te encontre num dia ensolarado, nublado, chuvoso, com névoa e te diga alguma coisa. Que eu te reconheça no momento exato em que puser meus olhos em você. E que você saiba que houve um encontro ali. Que você esteja vestida de vermelho, amarelo, azul, verde, preto e branco. Que você me ache engraçadinho, pelo menos. Quem sabe tímido, quem sabe babaca demais, quem sabe charmoso, quem sabe eu nem te chame a atenção. Mas que você me veja com bons olhos e eles encontrem os meus. Que eu acerte a cor dos seus olhos numa brincadeira qualquer. E que aí você perceba o quanto eu te enxergo em tão pouco tempo. Que você seja amiga de algum amigo, ou a gerente do banco, ou a colega de faculdade, ou a menina bonita da balada, ou filha da amiga da minha mãe. Que você se encante comigo de alguma maneira. Que você se permita me conhecer melhor e saber que eu sou legal, ou que sou interessante, ou que não tenho nada a acrescentar a você, ou que eu sou um completo egoísta, ou que eu tenho um blog bacana que fala dessas coisas bonitas que as pessoas acreditam. Mas que você não seja um ponto final. Que seja as aspas, as reticências, o parágrafo, o travessão. Que você seja.
Que você saiba como eu sou complicado, ou que eu sou desajeitado, ou que eu sei dançar muito bem, ou que eu piso no seu pé porque não sei andar em linha reta, ou que eu detesto o cheiro de queijo ralado. Mas que você decida ficar e me conhecer mais, seja por curiosidade ou porque acha que pode se encontrar no meio da minha bagunça. Que a gente se conheça aos poucos, aos muitos, aos tantos, aos beijos, aos toques, aos olhares, aos filmes de fim de tarde, aos cheiros de perfume novo, aos dias de dormir de conchinha, aos minutos de ligações intermináveis.  Que você possa contar comigo, possa dormir comigo, possa brigar comigo. Que você não se arrependa naqueles momentos em que a gente questiona o amor, que você tenha orgulho de me mostrar pras suas amigas e que elas tenham inveja de você. Que eu possa te trazer café na cama, te dar um beijo de surpresa, te ver sem maquiagem, te morder até você ficar sem graça. Que eu não seja odiado pelos seus pais, que eles não me chamem de filho, que seu irmão torça pro mesmo time que eu. Que você me queira como pai dos seus filhos, que você se orgulhe de mim, que você esteja linda quando entrar na igreja.
Que eu possa te fazer sonhar. Que eu possa realizar os teus maiores sonhos e te consolar caso alguma coisa dê errado no meio do caminho. Que eu não saia nunca do seu lado, nem quando você pedir. Que os seus dias de TPM sejam lembrados com risadas e justifiquem aqueles quilos a mais que você ganhar com o brigadeiro. Que você chore bastante. Chore de rir, chore de saudades, chore de alegria. Que eu possa garantir que você não vai se machucar. Que o nosso filho tenha os seus olhos, a sua boca, o seu nariz. Que ele me lembre todos os dias de você. Que a gente caia um pouco na rotina e não mude por isso. Que a gente saia da rotina e se encante com algumas aventuras de vez em quando. Que a gente saiba reconhecer o valor da companhia do outro. Que eu te ame como nunca amei ninguém e que você me modifique da maneira que o seu amor quiser.
Mais importante que isso tudo: que você exista. E que não demore tanto pra chegar na minha vida.
DANIEL BOVOLENTO

As lembranças que tenho dela

Você sabe que não deve fazer cócegas nelas porque a machucam? Sabe a diferença dos seus sorrisos sarcásticos e felizes? Sabe que não deve opinar sobre sua família, nem falar mal dos seus antigos namorados? Só de mim, eu sei. Creio que você não tem ideia do que é dormir com ela. Dormir, não foder. Foder também. Mas dormir. Dormir e acordar ao lado dela. A vida dela é torta. Não se esqueça disso. Ela sempre acorda com sono, mas quase duas da madrugada, fica se remexendo na cama caçando o tal sono que perdeu pela manhã.
Pra ela tudo tem nome de “coisa”. O controle remoto é uma “coisa”. A bolsa é uma “coisa”. O talher é uma “coisa”. Até o cachorro é uma “coisa”. Certa vez, ela disse mô-tô-sentindo-uma-coisa-estranha. Pra mim era um mau pressentimento. Ou fome. Ou cólica. Sei lá. Era amor. Amor-coisado, ela disse.
Ela é toda sinais. Corta o cabelo quando quer mudar de vida. Mais de cinco centímetros é porque ela quer revolucionar o mundo. Cuidado nesses momentos. As cores das unhas e das lingeries determinam sua libido. Quando põe batom, pensa em beijar. Brilhos nos lábios também. Saiba disso, cara.
Mas ela também sabe fingir. Vai fingir não se importar, ser forte, ser sabida ou esperta. Vai fingir até que não precisa de você, mesmo quando ela estiver com trinta e nova de febre e batendo recordes de espirros por segundo. Não ligue. É porque ela não quer que você a encontre com o nariz todo vermelho, tossindo feio e com a garganta inflamada. Mesmo sem ela deixar, vá visita-la e cuide dela. Por mim e por você.
Ela fuma quando fica brava ou quando bebe. Bebe quando quer, sem ocasiões especiais. Certo dia acordou num domingo bebendo vodca no café da manhã. Mas ela sabe aproveitar um belo achocolatado também. Vai parecer durona, vez em quando. Mas é menininha, vai por mim. Faça carinho na bochecha. Ela não irá resistir.
Ela não se importará em dividir a conta. Caso você proponha pagar tudo, ela não deixará, mas mesmo assim ficará feliz com a tua atitude. E com um tempo, ela irá pagar a conta também. Muito provavelmente, em alguma quarta-feira qualquer, irá te ligar no meio do expediente só para te passar uma notícia boa e vai dizer quer deseja comemorar no restaurante predileto dela: o japonês na esquina de sua casa. Vai se impressionar com um tanto que ela consegue comer por segundo. Ela gosta de molho teriaki e de sashimi. E não sei se já aprendeu a comer com hashi. Acho que não. Ofereça ajuda.
Ela é tão homem quanto todos os homens. Gosta de coxas, bunda, barriga e virilhas. Quando vai à praia, costuma reparar no volume das sungas alheias e comentar com amigas. Mas ela se apaixona mesmo é por bocas. Lábios, sorrisos, mordiscadas e palavras.
Quase sempre apaixona-se por homens de humanas. Adora ouvir sobre psicologia, política, literatura e cultura pop. Mas não fale feito um tolo. Saiba ouvir também. Caso você ainda não esteja apaixonado por ela, vai ficar encantado quando ela começar a falar sobre suas poesias, Rimbaud, Manoel de Barros e sobre sua vontade de se entender. Ela vive num eterno questionamento sobre si. Faz besteiras e logo se arrepende. Mas acredita que todo erro existe para a aprendizagem. Não a julgue por isso. Nem tente entendê-la.
Por fim, apenas entenda e aprenda que sem ela, você será como eu: um prisioneiro eterno das lembranças.

Hugo Rodrigues


quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Sobre o peso dos amores que ficam

Ninguém passa pelas nossas vidas à toa. Algum objetivo maior o universo tem com essa bifurcação de caminhos. Não acredito em acaso. Acredito em troca, parceria, cumplicidade, merecimento. Sentimentos que criam vínculos, fundamentam histórias. Muitas vezes a lição é contínua e perdura por anos, em outras, a caminhada a dois chega ao fim muito antes do previsto, e o adeus deixa de ser despedida para se tornar recomeço. 


Retirado de - Casal Sem Vergonha, Sobre o peso dos amores que ficam

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Lei



Afinal, um homem não é formado por barba bem aparada, carro do ano ou um emprego promissor, mas sim pela forma que enxerga o mundo, e — mais importante — pelas atitudes que toma a partir disso.

Retirado de Papo de Homem - Conquistar territórios ou o mundo todo?, de Rob Gordom

Frase do dia

Afinal, vamos deixar uma coisa clara: garotas amadurecem e se tornam mulheres. Garotos apenas tentam acompanhar este processo da melhor forma que podem, para não ficarem para trás.

Papo de Homem - Conquistar territórios ou o mundo todo?, de Rob Gordom

sábado, 27 de abril de 2013

Adeus, amor


Amor, eu preciso que você me escute. Preciso que sente aqui do lado como se fosse a sua primeira visita. De mãos dadas comigo e os olhos bem abertos, para acreditar em tudo o que eu tenho para falar.
Estive pensando um pouco e decidi mandar você embora.
Preciso que solte as minhas mãos, para começar. Que deixe as paredes vazias, a luz acesa e nenhuma vela espalhada pelos cantos da casa.
Eu também preciso que você me deixe em silêncio. Quero ensurdecer sempre que um Dó e um Fá se combinarem com alguma doçura – qualquer melodia me lembraria que você existe e eu não aguento mais.
E essas flores, amor? Você pode levá-las com você?
Eu te arrumo uma caixa, claro. Assim você organiza tudo do seu jeito e deixa guardado para um outro momento, quem sabe. Mas agora eu preciso que você vá.
Preciso que me deixe, que é para eu sentir a sua falta. Para eu endurecer e amargar com o tempo, amor. E nunca mais chorar.
Preciso que você desapareça para eu não me reconhecer quando olhar em volta, vir somente a mim e não ligar nem um pouco. Para economizar abraços, poupar pensamentos e investir em coisas que são mais importantes agora.
Vai, amor. Vai bater em outra porta.
Me devolve aquela paz indiferente de quem não te sente por perto. Põe os meus pés no chão, minha cabeça no lugar e me deixa ser só pele.
Eu e você já não cabemos juntos em um só corpo, amor. E se algum de nós tem que deixá-lo, que não seja eu.


Maria Eduarda Buarque, retirado de - A prancheta.

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Paira, Toni Ferreira


Apartament26

por Maria Eduarda Buarque

Quando chegar me espera um pouco aí fora. Eu quero ver você pelo olho mágico e preparar um sorriso bonito antes de abrir a porta.
Não me traz flores.
Não me dá nada além desses seus braços que são o melhor lugar do mundo.
Aparece de surpresa, se quiser.
Se convida para entrar, caso eu me perca na euforia e esqueça todas as regras de etiqueta. E que foda-se a etiqueta.
Bate os pés na porta, tira os sapatos, fica à vontade. A casa é minha, então é um pouco sua também.
Vai até a janela. Senta. Eu vou escolher uma música para você.
Vou descobrir a sua banda favorita e pôr para tocar só para ver você cantarolar baixinho enquanto batuca nas pernas.
Abre a geladeira, pega uma cerveja. Me dá o primeiro gole. Fala um pouco do seu dia. Juro que vou gostar de ouvir, mesmo se for uma segunda-feira.
Liga a TV e vamos arrumar um assunto, vai.
Tira o controle do lugar, bagunça os canais, escolhe um para ver. Escolhe outro. Muda. Deixa mudo.
Conta mais uma novidade. Me fala o motivo da sua visita, então.
Não – esquece.
Vem quando achar bom. Vem que eu te ofereço o meu amor mais uma xícara de café para você não querer ir embora nunca mais.

Retirado do site: A prancheta

Nota

O cara vai lançar um livro, eu ainda não li, mas com certeza deve valer muito a pena!


O romantismo é essencial


Quem respira vive, quem se apaixona se sente vivo 

IVAN MARTINS


Domingo eu me peguei com lágrimas nos olhos assistindo Across de the universe, aquele musical de 2007 feito com músicas dos Beatles. Na última cena, Jude, o protagonista, está no terraço de um edifício e canta All we need is love, pá, pá, rá, ri, rá. A garota que ele ama, Lucy, ouve a voz dele lá de baixo, da rua, e sobe até a cobertura do prédio vizinho. O filme, deliciosamente romântico, nostalgicamente anos 60, termina com os dois se olhando à distância, tendo ao fundo os prédios de Nova York e o refrão inesquecível – All we need is love, pá, pá, rá, ri, rá... 


Não sei quanto a vocês, mas eu ainda acho, ainda sinto, que o romantismo é totalmente essencial. Digo ainda porque aos 20 anos ele nos brota na pele. Aos 30 ele nos derruba e a gente imagina, erroneamente, que em algum momento ele vai se esgotar. Mas não. O tempo passa, na verdade ele voa, mas um pedaço enorme de nós anseia permanentemente pela vertigem amorosa – e se debruça feliz sobre o abismo quando ela aparece. Aos 40 anos, aos 50 e seguramente, depois.

O romance é uma forma de oxigênio existencial: se eu respiro, vivo; se eu me apaixono, me sinto vivo. 
Há um tremor de aventura e novidade em estar apaixonado. Você se debruça sobre a criatura amada e sente que ela é única. O sexo acabou faz alguns minutos, mas você ainda se sente ligado a ela por um cordão dourado e intangível. Ou então ela sofre, tem uma dor qualquer, e você a toca, abraça, consola – e teme. E se aquele corpo sumisse, levando nele o seu amor e seu desejo, o que seria de você? 
Às vezes eu entendo as pessoas que fogem da paixão e do romance. Quando ele acaba é terrível. Esperar por uma chamada telefônica que nunca vem é atroz. Sentir-se ignorado, repelido, indesejado. Ou saber que acabou, realmente acabou, mirar o outro como um fantasma e sentir em você o vazio se abrindo como um abismo, a sensação de que não há futuro, não há presente, apenas a dor, enchendo todos os buracos como uma água fria. Quem pode possivelmente gostar disso?  
Antes que o fim aconteça – é bom que a gente lembre – vem a aventura da paixão. Há um momento luminoso em que a gente se percebe apaixonado. É quando você não pode ter o suficiente do outro. Quando não se cansa dele. Quando sente falta, sente saudades, algo em você pede aquela presença. Esse outro não é fonte de dor, é causa de alegria. Ela aparece e você vibra. Ela fala com você e o seu coração canta. Vocês conversam interminavelmente, riem, conversam ao telefone, trocam mensagens. Sua mão procura a dela num gesto irrefreável de ternura. Você é tímido, mas adora falar para ela, adora olhar nos olhos dela, adora ver o corpo dela que vem, o corpo dela que balança quando vai. Ela passa as mãos nos cabelos, ela tira os sapatos – meu deus! – e seus olhos se perdem naqueles gestos mínimos. Quanto se pode desejar o corpo do outro? Muito. 
Há sentimentos mais nobres, claro. A paixão é banal, egoísta, possivelmente reacionária e frequentemente se opõe a sentimentos mais generosos, como a amizade. Ao mesmo tempo, ela é essencial, no sentido que de emana de nós com dolorosa naturalidade. Talvez seja parte da nossa essência, como o medo, a ira e o riso. Parece ser uma aspiração permanente que, mesmo a contragosto, nos preenche. Não há como lutar contra algo tão básico. 
Ontem eu fui ver um documentário sobre Philip Roth, um dos meus escritores favoritos. Ele tem mais de 80 anos e a melancolia da morte – dele e dos que vivem ao seu lado – se manifesta na fala dele (como na obra dele) de forma inevitável. Ainda assim, mesmo diante dessa sombra incontornável, ele fala de sexo e erotismo com vivacidade e humor. Está lá também a atriz Mia Farrow, uma das suas inúmeras amigas, ainda bonita aos 68 anos, para elogiar esse homem notável, que foi e segue sendo um grande sedutor. A vida continua enquanto há vida. 
Por isso eu vou continuar me comovendo com filmes românticos como Across the universe. Por isso você vai parar de respirar quando ela tirar os sapatos ou prender os cabelos. Por isso ela vai sentir uma vontade irrefreável de dizer que ama no meio do dia. Assim somos nós, criaturas feitas de desejo e de vontade de amar, gente incompleta destinada a buscar nos outros, permanentemente, aquilo que nos falta. 


Go back!

Oi meus queridos, fiquei um bom tempo longe, abandonei completamente o blog, mas vamos lá, vou voltar com uma nova seção(?) de textos, agora vai ser no marcardos de 'Coisas que eu leio por ai' .
Também vou moderar uns textos, e tirar alguns que nao me agradam mais!
Acho que a história toda desse blog, quase ninguem sabe, ou eu já contei e não lembro, mas vou explicar.
Ele começou com o fim de um relacionamento, e muita muita falta do que fazer mesmo, entao eu achei todo o tipo de texto que explicassem como eu me sentia, e blá blá blá, só para me levar mais ainda, para o 'fundo do poço', isso, já faz mais ou menos uns 4 anos, mas o tempo passou, os afazarem apareceram, um pouco de responsabilidade, e o melhor de tudo é que eu superei o fim do relacionamento, e isso, foi me deixando totalmente desinteressada em publicas coisas aqui.
Porém, mesmo cheia de coisa pra fazer,eu redescobri uns textos que não são melancolicos, pelo contrario, são leves, o que define um pouco minha nova fase!
Então, se preparem para, as novas mudanças! Hahahaha
E vamos dar uma chacoalhada nisso aqui, porque eu tava decretando realmente o fim do blog! 

O que eu leio: Voces vão encontrar por aqui, textos de colunistas que eu gosto, um deles é o Ivan Martins, que escreve para a revista Época, outros são textos que eu dou sorte de achar, e vou compartilhar com voces, tem texto da A prancheta, de comunidades, de tudo um pouco pra gente se deliciar !

domingo, 24 de março de 2013

Novas leituras


Mas a vida segue. O tempo cura. A fila anda. Todos esses clichês não existem à toa. Pense num amor do passado que certa vez amanheceu se despedindo sem motivo. Você achou que a sua vida amorosa se encerrava ali, mas ele também passou. Você conheceu mais uma centena de caras. Alguns pra uma noite, outros pra namorar, pra casar, pra desfilar, pra se embriagar. Outros só pra sexo. O que importa é que você pouco a pouco foi esvaziando o coração, liberando espaço para outros entrarem.
Repare que aquele moço, que sempre te cumprimenta no corredor do trabalho, tem uma barbinha mal feita do jeito que você gosta. Aquele cara, que lê seu blog, é muito interessante pra ficar só na virtualidade. O segredo é olhar pros lados, em vez do passado. Descanse o coração. Deixe ele chorar sozinho, se for o caso. Seque a tristeza e arranje outro. Uma hora, o antigo amor fica tão distante que você não vai nem entender porque sofreu tanto.


Trechos retirados do site : Casal Sem Vergonha