sábado, 26 de fevereiro de 2011

frase

Não sabia que ia perdê-lo, não sabia sequer que iria encontrá-lo.

trecho

Mas você não vê. Não vê, não enxerga, não sente. Não sente porque não me faz sentir, não enxerga porque não quer. A mulher louca que sempre fui por você, e que mesmo tão cheia de defeitos sempre foi sua. Sempre fui só sua. Sempre quis ser só sua. Sempre te quis só meu. E você, cego de orgulho bobo, surdo de estupidez, nunca notou. Nunca notou que mulheres como eu não são fáceis de se ter; são como flores difíceis de cultivar. Flores que você precisa sempre cuidar, mas que homens que gostam de praticidade não conseguem. Homens que gostam das coisas simples. Eu não sou simples, nunca fui. Mas sempre quis ser sua. Você, meu homem, é que não soube cuidar. E nessa de cuidar, vou cuidar de mim. De mim, do meu coração e dessa minha mania de amar demais, de querer demais, de esperar demais. Dessa minha mania tão boba de amar errado. Seja feliz.




frase

Quem procura não acha. É preciso estar distraído e não esperando absolutamente nada. Não há nada a ser esperado. Nem desesperado.

frase do dia

Repito: Que seja doce. Sete vezes pra dar mais sorte: Doce, doce, doce, doce, doce, doce, doce!

São Paulo, 12 de janeiro de 1982.

Oracy:

Tive uma grande emoção, há pouco, ao abrir o pacote com o seu livro. Você não sabe, mas a sua figura foi uma das mais importantes durante a infância e uma parte da adolescência que passei aí em Santiago. Com o seu livro nas mãos, me voltou imediatamente na memória a visão que eu tinha da casa de vocês da janela de meu quarto. Uma casinha de madeira quase escondida atrás de muitas plantas, com um coqueiro de onde surgia a lua, quando estava cheia.
No meio da tensão e da corrida que é sempre esta cidade, foi qualquer coisa como um sopro de ar fresco, um gole dágua, qualquer coisa assim. Não é saudade, porque para mim a vida é dinâmica e nunca lamento o que se perdeu - mas é sem dúvida uma sensação muito clara de que a vida escorre talvez rápida demais e, a cada momento, tudo se perde. Nunca nos falamos, praticamente, nunca nos olhamos. Ficou só aquela vibração de silêncio, muito forte.
Numa cidadezinha perdida, dois malditos que se reconhecem nem que seja necessário sequer falar sobre isso. Uma cumplicidade muda, e tão secreta que, penso, talvez você nunca tenha percebido. Na minha memória - já tão congestionada - e no meu coração - tão cheio de marcas e poços - você ocupa um dos lugares mais bonitos. O mesmo que ocupa aquele branco do Quarto RC, no fim da rua. Ou os circos que acampavam na frente da casa de Dona Ernesta. Ou o campinho na frente de tua casa, onde eu deitava olhando as nuvens ou jogava futebol (pessimamente).
Neste momento, estou todo arrepiado e com muita vontade de chorar. É como se ouvisse outra vez, escondido em meu quarto, com o cheiro forte de um jasmineiro ali embaixo, os discos de música erudita que você ouvia muito alto. Até hoje penso que seria Beethoven ou quem sabe Wagner. Era algo muito vibrante. Foi a primeira vez que ouvi música erudita. Foi a primeira vez que eu soube que existiam poetas. Tudo isso me toma agora de novo e é tão mágico que quero agradecer a você a lembrança - deus, tão remota e ao mesmo tempo tão dilaceradamente viva.

Sobre teu livro: vou lê-lo com muito carinho, hoje à noite. E te prometo que, em nosso número de fevereiro, sairá uma ficha registrando a publicação e, se possível, também uma nota nessa secção que chama-se "De Orelha". Vou tentar encaminhá-lo a alguém para que faça uma apreciação. Temos pouco espaço, e menos ainda para poesia. Faço o possível, mas é uma luta diária que, freqüentemente, perco.

Não sabia que José Santiago Naud era também nosso conterrâneo.
Vou tentar localizá-lo para você.

Outra coisa. Mande seu livro para:

-Marília Pacheco Fiorillo - revista Veja
-Caio Túlio Costa - jornal Folha de São Paulo
-Geraldo Galvão Ferraz - revista Istoé
-Mario da Silva Brito - revista Istoé

Agora, sendo franco: dificilmente eles darão ao seu trabalho a atenção merecida. A grande imprensa e a grande cidade são muito viciadas. Há uma politicagem terrível. Só se escreve praticamente sobre os livros de grandes editoras, que são também anunciantes.
Tudo muito amargo e triste. Mas falarei de você e do seu trabalho para as pessoas. Se quiser enviar os livros aos meus cuidados, comprometo-me a encaminhá-los.

Quanto a mim, vivo sozinho num pequeno sobrado, numa vila, em um bairro calmo. Trabalho aqui o dia inteiro, à noite leio, escrevo, ouço música (principalmente Erik Satie, Chopin e hoje comprei A Pastoral de Beethoven). Vivi dois anos no exterior(Suécia e Inglaterra) e este ano talvez viaje de novo. Mais um livro meu deve sair em abril, chama-se Morangos Mofados. Te envio um. Vivo bastante só, e viajo muito. Estou um bom astrólogo, estudo já há oito anos(tenho Sol em Virgo, ascendente Libra, Lua em Capricórnio), e há dez anos curto o Tarot, também o I-Ching e todo o esoterismo, incluindo candomblé(sou Oxalá de frente, com Oxum e Ogum) - umbanda não gosto, nem kardecismo, acho baixo-astral. Lembro uma vez que você leu o Tarot para mim e Romanita Martins, agora Romanita Desconzi, a artista plástica - e previu muito sucesso.
Romanita, aliás, adora você, e sempre que nos encontramos acabamos falando no seu nome.
Gostaria que você me falasse da sua vida aí, dos seus sonhos, da sua - imagino - grande solidão. Estou enviando alguns exemplares aqui do "meu jornal" e espero que esta carta, que me está saindo longa demais, sirva como reinício da nossa amizade, tão profunda e tão antiga. Vai meu endereço particular e o convite, verdadeiro, para uma visita, quando você quiser.

Receba todo o meu carinho e as minhas melhores vibrações.

Seu amigo

Caio Fernando Abreu

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

frase do dia

Não importa quanto vai durar - é infinito agora.

sobre o afastamento .

Uma pessoa, quando tá longe, vive coisas que não te comunica, e tu, aqui, vive coisas que não a comunica. Então, vocês vão se distanciando e, quando vocês se encontrarem, vocês vão se falar assim: oi, tudo bom e tal, como é que vão as coisas? E aí ele vai te falar, por cima, de tudo que ele viveu, e, não sei, vai ser uma proximidade distante. Não adianta, no momento que as pessoas se afastam, elas estão irremediavelmente perdidas uma da outra.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

frase

Tudo foi brincadeira, tudo será sempre uma brincadeira sádica, uma brincadeira cruel, quando apenas um dos dois estiver amando.


Fabrício Carpinejar

frase

Tudo foi brincadeira, tudo será sempre uma brincadeira sádica, uma brincadeira cruel, quando apenas um dos dois estiver amando.


Fabrício Carpinejar

pequenos diálogos


Blair: Pensei que se pudesse ser a Blair Waldorf que quero ser um pouco mais cedo, talvez poderia voltar para o Chuck antes que ele se apaixonasse por outra.
Dan: Você sabe que Raina terminou com ele.
Blair: Sim, na minha cabeça. Mas no meu coração, sinto mais longe que nunca

imagem

frase

E eu não tive tempo de dizer que quando a gente precisa que alguém fique a gente constrói qualquer coisa, até um castelo .

frase

Toda a minha saudade, e o meu amor de sempre


- CONTO ,onrico

Paciência para cruzar os dias sem se deixar esmagar por eles .

Millôr diz que viver é desenhar sem borracha. Diz também que é como atravessar uma chuva de tijolos: a gente escapa da maioria deles, mas ás vezes um acerta um ombro, ás vezes pega meio de lado, ás vezes parte um joelho. As marcas das tijoladas vão se acumulando, dentro e fora, até aquele tijolo que acerta em cheio. Gosto dessa metáfora. Acedito em tijolos, e acredito em cacos de tijolo, nas sobras de um tijolo específico destinado a determinado passante que, sem propósito querer, acerta os outros á sua volta, aquilo em linguagem de guerra os angloparlantes chamam de decollateral damage.
Não estou simpatizando com 2011. A quantidade de tijolos está acima do suportável .

Cora Ronai


texto

Olha, fique em silêncio. Eu gosto do teu silêncio. Mas também gosto de tuas palavras - acredite. Mas não vim aqui para te falar de ruídos - ou não - , estou aqui pra te falar de céu, mar, estrelas e tapioca - como naquele dia, lembra ? - Ontem por incrível que pareça todos os lugares que pise eu te procurei. Teus rastros ficaram por lá. O balançar de teus cabelos e esse teu jeito meio atacado de ser. Fiquei feliz em pode sentir tua falta, - a falta mostra o quão necessitamos de algo, alguém. É asim o nosso ciclo. Eu te preciso. Perto, longe, tanto faz. Preciso saber que tú está bem, se respira, se comeu ou tomou banho - com o calor que está fazendo neste verão, tome pelo menos uns três ao dia, e pense em mim, estou com calor também. Me faz bem pensar nessas atividades corriqueiras, que supostamente você está fazendo. Ah, e eu estou te esperando, com meu vestido longo, óculos escuros grandes e meu coração pulsando forte, e te abraçar até sentir mundo girar apenas para nós. É, eu gosto muito de ti .

frase

Eu te amo, repete sozinha para o escuro toda noite, pouco antes de seu corpo dissolver-se na espuma do sono, eu te amo.

frase do dia

E de repente, não mais que, uma tarde quase quebrando de tão clara, você chegou na minha saudade.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

contrato, trecho

E você depois perguntou: 'não tem nada meu aí?' E eu quis gritar: tem, tem eu!



Contrato - Tati bernardi

de outros blogs

E mesmo depois desses anos todos, ainda não houve um dia se quer em que eu não pensasse em você .

frase

E mesmo sorrindo por ai, cada um sabe a falta que o outro faz.

frase

..são tristes as manhãs que prometem mais um dia sem ele, são tristes as noites que cumprem a promessa..


como eu amo essa frase, do texto amor não se pede, da Tati Bernardi

frase

Você é tão errado e cheio de estragos. E me peguei olhando pra tudo isso e amando tanto, tanto, tanto.

tudo que é verdadeiro volta

Pra começar, nós começamos tortos, porém acredito que não fomos um erro. E sim, eu acredito em mudanças. Posso não ter sido tão lúcida ao mostrar sobre as mudanças, mas se você aprendeu comigo que as pessoas “não mudam”, você aprendeu errado. Fui prova viva de mudanças e melhoras. Não sou uma gaiola para te prender, nem muito menos tenho uma boa tesoura para cortar suas asas, minhas tesouras mal cortam papel. Acredito em liberdade, um coração amado é muito mais feliz vivendo e compartilhando seu amor. Por isso eu desde o primeiro beijo te quis para ser meu companheiro, parceiro, e te confiei o que mais há de valor em mim, meu coração. Sei que meu exagero pode lhe ter sido um susto, mas eu quis te amar sim desde o primeiro dia e te amei torta louca doente, mas te amei. Só que com meu egoísmo, não percebi que antes de mim você tinha outra vida, pois não bastaria um ponto final meu na minha vida de antes, se a sua ainda era completamente vivida por você, mas só por você. Um dia paramos. Fui insuportável e achei justo sentir o gosto amargo de te perder. Foi longe que me curei. Foi sem que percebesse que nós dois estávamos apodrecendo a terra. Foi distante que me tornei mais humana e também menos egoísta e orgulhosa. Foi perdendo você que aprendi a conviver com as minhas dificuldades e tentar respeitar os teus. Não é fácil, peco, mas sei enxergar meu umbigo e ao redor dele. Sei reconhecer. E se insisto não é por chatice, ou mesmo por acreditar que haverá paz mundial, mas sim que pode existir paz entre a gente.Eu reli tudo o que escrevemos. Reli para tentar entender o que você queria mesmo me dizer. E eu sei que se eu disser que não quero mais nada, você irá concordar e nem irá se apavorar ou me procurar para uma explicação. Você pode estar diferente, mas eu conheço você ainda. E no momento você não quer saber de nada a não ser você mesmo. Preciso viver e estou com esta necessidade me cutucando, por isso não farei planos, não sou boa com eles, agendas ou relógios, vou destinar metas, e uma delas é me domesticar. Mas agora só quero que você sinta o seu coração e saiba escutá-lo como escuta suas músicas, e me diga se há amor pra mim ainda em você. É ruim saber que você ama alguém, está com essa pessoa, mas essa pessoa não está com você. E nós dois devíamos estar fartos de nos sentir assim, pois por quanto tempo sentimos isso estando juntos? O que acontece é que eu mudei, e você permanece impenetrável a mim, por quê? Você é sincero comigo? Eu sou com você. Você reclama que falo demais e por falar nisso, falar sobre pessoalidades sempre lhe causou grande fúria, e não que eu não me importasse com sua chateação, pois o que lhe desagrada me desagrada também e sei que isso é uma falha minha, mas eu digo o que penso pra não pesar dentro, porque quando as coisas estão fora elas são mais fáceis de lidar. Se ficarem dentro, acumulam, acaba sendo esnobadas e assim esquecidas, mas o inconsciente não esquece, ele algum dia vem e perturba. Você pode ter a oportunidade de conhecer minha alma como mais ninguém teve a chance ou o desprazer de conhecer. De você não tive vergonha de ser fraca, covarde, de mostrar meus medos, meus erros, muito menos meu desespero por não te ter mais. Você sabe sobre o meu desprezo e minha indiferença, mas conhece o coração mole e dócil que tenho. E confesso que realmente não sou a mesma pessoa com meus pais ou com os outros, eu só consegui ser eu mesma com você. Vi que você também não era perfeito e eu podia errar. Você se tornou o par perfeito pra mim e é dolorido admitir que eu não seja o seu. Só que eu não tenho mais força a me forçar a acreditar que você me ama e deseja. Não posso mais insultar meu coração e nem pedir pra que me ame que seja meu companheiro e eu sua garota. Não é como nos filmes, mas nossa história daria um livro. Talvez algum dia as coisas que escrevo se transformem em mais uma coisa que eu amo – livros. E talvez seja esta a maneira de você me guardar em sua vida, como um livro em uma prateleira, como você mesmo faz. Não estou desistindo. Estou racional. Minha cabeça está quase quarada e assim as coisas facilitam para serem pautadas sem que exceda qualquer vírgula. Não sei também quando irá ler isto. Mas não tenho pressa, só desejo que a gente se acerte, seja qual for o próximo passo, tem necessidade por vida, fazer isto. Devemos-nos essa. Cansei das nossas doenças mentais. Eu já disse a você que somos capazes de ter paz, basta querermos o mesmo

frase do dia

Sim, eu escolheria você. Se me dessem um último pedido, eu escolheria você. Se a vida acabasse hoje ou daqui mil anos, eu escolheria você !

trecho de musica

you dont have to worry you will never be alone for another day ♫


alone - eagle eye crerry

domingo, 20 de fevereiro de 2011

caio

Então me vens e me chega e me invades e me tomas e me pedes e me perdes e te derramas sobre mim com teus olhos sempre fugitivos e abres a boca para libertar novas histórias e outra vez me completo assim, sem urgências, e me concentro inteiro nas coisas que me contas, e assim calado, e assim submisso, te mastigo dentro de mim enquanto me apunhalas com lenta delicadeza, deixando claro em cada promessa que jamais será cumprida, que nada devo esperar além dessa máscara colorida, que me queres assim porque assim que és?

frases de filme

Mas eu odeio principalmente Não conseguir te odiar Nem um pouco Nem mesmo por um segundo Nem mesmo só por te odiar .

frase do dia

Quem ama nessa vida, as vezes ama sem querer, que a dor no fundo esconde uma pontinha de prazer...


CAZUZA -

sábado, 19 de fevereiro de 2011

frase de filme

O grande lance do futuro é que ele muda cada vez que você olha para ele; justamente porque você olhou para ele... e isso, muda todo o resto. -



O vidente

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

de outros blogs

Depois de anos acariciando as dores que me deixaram partida, finalmente as deixei partir.
E fiquei inteira.

Fernanda Gaona



frase


Era frio. Não sei dizer se fazia mais frio do lado de fora da minha blusa ou dentro do meu coração. Provavelmente competiam

frase

Endureci um pouco, desacreditei muito das coisas; sobretudo das pessoas e suas boas intenções. Dar um rolé em cima disso não vai ser nada fácil. E as marcas ficarão feito tatuagens .

video




comercial muito bom ! rs

imagem

frase do dia!

Ninguém se toca mais. E o que você faz com os seus sentimentos, as suas fantasias, a sua necessidade vital e atávica e instintiva de amar?

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

frase

Vem por dois minutos ser qualquer coisa, o vento, o tempo, o beijo, você.

texto

Porque quando fecho os olhos, é você quem eu vejo aos lados, em cima, embaixo, por fora e por dentro de mim.
Dilacerando felicidades de mentira,desconstruindo tudo o que planejei, abrindo todas as janelas para um mundo deserto.
É você quem sorri, morde o lábio, fala grosso, conta histórias,me tira do sério, faz ares de palhaço, pinta segredos,ilumina o corredor por onde passo todos os dias.
É agora que quero dividir maças, achar o fim do arco-íris,pisar sobre estrelas e acordar serena.
É para já que preciso contar as descobertas, alisar seu peito,preparar uma massa, sentir seus cílios.
“Claro, o dia de amanhã cuidará do dia de amanhã e tudo chegará no tempo exato. Mas e o dia de hoje?”
Não quero saber de medo, paciência, tempo que vai chegar.
Não negue, apareça. Seja forte.
Porque é preciso coragem para se arriscar num futuro incerto.
Não posso esperar. Tenho tudo pronto dentro de mim e uma alma que só sabe viver presentes. Sem esperas, sem amarras, sem receios,sem cobertas, sem sentido, sem passados.
É preciso que você venha nesse exato momento.
Abandone os antes.Chame do que quiser. Mas venha.
Quero dividir meus erros, loucuras, chocolates...
Apague minhas interrogações. Por que estamos tão perto e tão longe?
Quero acabar com as leis da física,
Não nego. Tenho um grande medo de ser sozinha.
Não sou pedaço. Mas não me basto.

frase do dia

Seu cheiro estupra meus poros.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

trecho

. Já não sou o mesmo, como você
também não é. Endureci um pouco, desacreditei muito das coisas, sobretudo das
pessoas e suas boas intenções. Dar um rolé em cima disso não vai ser nada fácil. E
as marcas ficarão — tatuagens.

trecho

Se você me amar e eu te amar, não precisamos
da aprovação de ninguém para ficar juntos, como também não precisamos assinar
nenhum papel ou aceitar qualquer espécie de jogo. Não acredito que maus fluidos,
por mais fortes que sejam, consigam destruir um amor bonito, limpo.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

afinal o querem as mulheres

Na minha vida encontrarei milhares de corpos femininos, desses milhares, desejarei algumas centenas, mas dessas centenas de mulheres, estarei sempre amando só uma.. e pq essa e não outra? o que me fará ter medo de perdê-la? que parte desse corpo, que gesto dessa mulher, que palavra? o jeito de levar a mão à cintura, uma mecha de cabelo que cai sobre a testa, o livro que lê sozinha na praia? são necessários muitos acasos e uma teia de coincidências para que eu a encontre.. enquanto isso não acontece, estou condenado à buscá-la, em estado de suspensão, com o espírito confuso, flutuando como o mar, soprando como o vento, sem verdade nem palavra.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

One - U2

é a vida

Um dia você vai desacreditar do amor. Um dia tu vai achar que o príncipe não passa de um sapo. Um dia você vai desistir de tudo e no outro dia vai querer tudo de volta. Um dia o mundo vai rodar rápido demais e você vai ver que tempo nunca é tempo o bastante. Um dia você vai cair e ninguém vai te levantar, que amigos existem sim, mas que certas quedas são individuais, às vezes é necessário levantar sozinho. Um dia você vai chorar de um modo tão triste que se o mundo vêsse, o mundo choraria junto. Um dia você vai olhar para tudo isso aqui e dar risada. Um dia vai querer morrer por ter feito o que fez. Um dia você vai querer esquecer e vai tentar retomar a caminhada de onde parou. Um dia você não vai se lembrar o que fez na noite anterior e não vai nem conseguir levantar da cama. Um dia você vai achar que é amor, mas vai ser só tesão. Um dia você vai ficar em silêncio e não saber qual vai ser o motivo do luto. Um dia nada vai ser o bastante e você vai criar vergonha na cara para buscar o tudo. Um dia você vai apostar tudo e perder. Um dia você não vai apostar absolutamente nada e vai se surpreender. Um dia você vai escrever uma carta e não vai mandar. Um dia você vai sofrer e vai achar que é alguma doença, porque dói, inacreditavelmente é uma dor que não tem nome. Um dia você vai sorrir em meio ao nada e se sentir realizado perante tudo que conquistou. Um dia, dois dias, três dias, chamam vida, e é assim.

Douglas Lenon

frase

Amor? O que é isso? Daqui para frente vai ser assim, se eu não consigo ver, não existe. Douglas Lenon

frase

Não tenho muita certeza do que ando vivendo, desses dias incertos, e desses encontros por acaso, mas uma pergunta vem me perseguindo à dias: quem nunca quis um para sempre, para sempre?
Douglas Lenon

diálgos,

Blair: só porque está vestido, probremente, não significa que não seja Chuck Bass.
Chuck: Por que gostaria de ser ele?
Blair: Devia ter me dito que levou um tiro.
Chuck: Estou surpreso que você mesma não atirou em mim.
Blair: Atirei nos meus sonhos, muitas vezes. Nos bons. Mas se estivesse realmente machucado, gostaria de saber.
Chuck: Quando acordei, minha identidade tinha sumido. Ninguém sabia quem eu era. Ninguém vinha me procurar. Percebi que podia estar vivo, mas Chuck Bass não precisava.
Blair: Mudar o seu nome, não muda quem você é.
Chuck: É um bom começo, uma chance de viver simples, ganhar o respeito das pessoas, talvez me tornar uma pessoa que alguém possa amar.
Blair: Alguém te amou. E você deve isso a ela... E a todos que está deixando para trás.. Não fugir, que é o que está fazendo. E não acho que esse ótimo homem que está falando que quer ser, seja um covarde. Acho que encararia o que fez.
Chuck: Destruí a única coisa que já amei.
Blair: Não te amo mais. Mas precisa de muito mais do que você para destruir Blair Waldorf.
Chuck: Seu mundo seria mais fácil se eu não voltasse.
Blair: É verdade. Mas não seria o meu mundo sem você nele.

crônicas

Felicidade

Manoel Carlos


Vocês sabem o que é querofobia? Pasmem. É medo da alegria, da felicidade. Como pode, não é? Ganhei um livrinho – livrinho porque é bastante pequeno –, Dicionário Igor de Fobias, com mais de 1.000 verbetes, organizado pelo professor Igor Rafailov, um brasileiro de pai russo e mãe alemã, nascido em São Paulo, criado na França e que mora no Recife. Como todos os meus prováveis leitores sabem e o professor define, "fobias são medos irracionais, mórbidos, de coisas (animadas ou inanimadas), idéias ou situações".

Com esse livrinho ficamos conhecendo fobias incríveis, como a eretofobia, que é o medo mórbido do ato sexual, menos estranha porém que califobia, que é o pavor do belo, do bonito, assim como filemafobia é o de beijar e ser beijado.

Eu poderia preencher o espaço de uma dúzia de crônicas com as fobias mais estranhas e improváveis, mas nada me impressionou mais do que a querofobia, principalmente por estarmos nos primeiros dias de um novo ano, em que recebemos e enviamos votos de felicidade.

Edgar, um amigo de muito tempo, não estranha, não se impressiona como eu. Ao contrário, ele mesmo se acha um querófobo:

– Sempre que me sinto muito feliz, tenho medo. Medo de que esses momentos prazerosos venham para anunciar uma desgraça que deverá chegar a seguir. E isso me impede de gozar – por um minuto que seja – de uma felicidade plena.

Sei que existem muitas pessoas assim, que não curtem os bons momentos, desconfiados de que sejam uma armadilha. E há mesmo a afirmação corrente de que toda vitória é véspera de uma derrota.

Não penso assim. Acredito que as alegrias e tristezas, vitórias e derrotas, felicidades e desgraças surjam cada uma a seu tempo, independentemente de se seguirem umas às outras. E creio também que pensar positivamente seja uma forma de atrair bons acontecimentos ou, pelo menos, afugentar os maus. Mas admiro os céticos e os cínicos, os de talento e humor, como Drummond, que afirma:

"...o amor é isso

que você está vendo:

hoje beija, amanhã não beija,

depois de amanhã é domingo

e segunda-feira ninguém sabe o que será."

Existem também os felizes e os infelizes profissionais, aqueles para quem tudo está sempre bem ou sempre mal. Que reclamam porque faz muito calor ou muito frio; se chove ou se faz sol. Se a mulher telefona várias vezes por dia é uma chata; se não telefona, é porque não o ama. Quem não conhece gente assim? Esses, certamente, não se sentem felizes nunca e, quando se sentem, reagem com desconfiança. Tive uma namorada que não acreditava em nada positivo.

– Eu amo você – dizia eu.

– Não acredito – ela me devolvia instantaneamente.

– Juro – eu insistia.

– Não acredito em juramentos – respondia em cima.

No dia em que resolvi terminar o romance, porque já estava apaixonado por outra garota, fui franco e honesto, falando a verdade. Ela respondeu, como habitualmente:

– Não acredito.

Fui embora e nunca mais apareci. Tudo indica que Isabel tenha ficado menos pessimista, pois alguns anos mais tarde fiquei sabendo que ela estava casada com um primo que lhe jurava amor desde criança. E que vivia feliz, caminhando para um terceiro filho.

Acredito que todos nós temos direito à felicidade, que nascemos mesmo para ela e que a desgraça é um desarranjo na máquina que põe em movimento a nossa vida. Mas acredito também que é preciso identificar e gozar os instantes felizes, estejam eles num almoço familiar de domingo, num beijo da mulher amada, no aperto de mão de um amigo, no sorriso de um filho, na birra manhosa de um neto. Viver todos esses momentos sem medo e sem esforço, naturalmente, sabendo que se tem direito a eles. Fernando Pessoa nos ensina que "um dia de sol é tão belo quanto um dia de chuva. Cada um é o que é". Se agirmos assim, acreditando que a felicidade existe e que, se é passageira, também a desgraça tem seus dias contados, chegaremos à velhice menos sofridos e amargos. E não correremos o risco de repetir, no fim da vida, a melancólica frase de Jorge Luis Borges: "No passado cometi o maior pecado que um homem pode cometer: não fui feliz".



fonte : http://veja.abril.com.br/vejarj/050105/cronica.html

trecho

Julguei ainda ouvir a voz dele dizendo que voltaria, mas não explicou quando. Não sei também se disse isso apenas por gentileza, para me consolar, ou se realmente pretende voltar um dia.
O que nunca pensei é que pudesse ser assim tão vazia uma casa sem um anjo. Dentro de mim existe alguma coisa que espera a sua volta, de repente, não sei se pela janela ou se aparecerá novamente no mesmo lugar. Para prevenir surpresas, tenho deixado sempre abertas todas as janelas e todas as portas de todos os guarda-roupas
.

trecho

. Ainda assim, podia intuir por baixo do tecido leve a delicadeza de sua ossatura, que se confirmava nas mãos, dignas de qualquer poema, de qualquer tela, de qualquer sinfonia. Sei que fico um tanto ridículo falando delas nesse tom, mas não consigo evitá-lo: quando se quer explicar o inexplicável sempre se fica um pouco piegas .

frase do dia

E se é verdade que não chegamos a ter amor um pelo outro, é verdade também que não chegamos a ter ódio.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

é que eu tô sozinho

Um dia desses saiu da janela, virou a esquina, esqueço as horas, deixo de esperar, talvez nesse dia eu até vire a página, esqueço você, deixo sem ponto final. Um dia sem culpa alguma eu esqueço teu cheiro, aquele que fica no quarto quando você vai embora. Assim esquecendo, eu lembro o quanto você se atrasa quando diz que está vindo, o quanto demora muito em qualquer lugar antes de chegar aqui, pois enquanto você não vem, fico imaginando mil possíveis besteiras. Qualquer sentido vale quando faltam palavras pra dizer que esperei a noite toda, relutei em ligar, recebi amigos ocupando um espaço que era teu, agradecendo a noite agradável com eles, mas ninguém era você. O trato era contigo, mas ainda vou te esperar chegar, dizer qualquer besteira, falar de alguma crise existencial, algum de seus dez mil defeitos que eu já conheço, então vou esquecer as longas horas saindo da janela acreditando que você viraria a esquina. Passaram carros, pessoas, passou vento e nada mais me trouxe, além da certeza de que amanhã seria outro dia, que passaria, que por algum motivo bem lá no fundo sua falta já me acompanhava, quando me sentia irritado em tua ausência e mesmo assim eu acreditava que algo de errado poderia ter acontecido, talvez inocência para alguns, para mim não passa de confiança, acreditar como acredito que as pessoas são o que a gente faz delas e é por isso que ainda fico na janela, ainda acendo o incenso, deixo a chave por perto, se você chegar daqui a pouco, amanhã, ou mais tarde eu jogo a chave, faço cara de solitário, você sobe e a gente resolve o que tem me irritado e eu mais uma vez esqueço, sabendo que estou permitindo esquecer que as horas passadas foram tristes e sozinhas.


retirado de: http://meucafegelado.blogspot.com/

foto

inventário do ir-remeriável


Foi de repente que o cigarro queimou os cabelos dele. Levantamos os olhos, nos encaramos tensos, quase em ódio, quase em amor, naquela repressão à beira de alguma coisa que poderia conduzir a qualquer gesto, mesmo ao homicídio. Mas sorrimos, e foi depois que tudo quebrou. Jamais voltamos à entrega mesma de antes e à ausência de solicitações e à aceitação sem barreiras. Foi de um de nós que partiu a morte, ou ela já nascia involuntária como a madrugada por trás dos vidros?

Olha em torno, o vazio do olhar fundindo-se com o vazio da sala. As pessoas, máscaras penduradas em corpos, o colorido das roupas gritando alto como se pudesse emprestar alguma individualidade ao que não era sequer sombra. O ar pesado de fumaça dos cigarros. Aperta nas mãos a caixa de fósforos vazia. Deixara o telefone do bar, o endereço, a hora que estaria ali. Um detalhado roteiro, feito dissesse dissimulado estou esperando, você pode me encontrar. Ah como doía manter-se assim disponível, completamente em branco para a procura. Não consegue fixar-se em nada. As faces inexpressivas, as paredes brancas onde não há sequer quadros, a toalha vermelha da mesa -tudo em ordem atrás da aparente desordem. Uma ordem interna, imutável, solidificada. Quase odeia os risos que brotam súbitos dos cantos. Por que lhe é negada essa possibilidade de entrega ao que está sendo? Por que a espera, se a espera não o cabe mais? Só o ar denso, azulado de cigarros fumados. E o vazio da caixa de fósforos. Examina o relógio, mas não vê as horas, não vê nada. Seu pensamento lateja preso numa imagem determinada. Quase não pode projetá-la para fora de si, concretizá-la em visão. E o vê abrindo lento a porta,investigando em tomo, de repente erguendo as sobrancelhas num gesto de quem reconhece. Então se encaminharia devagarinho até a mesa, vestido de azul -não sabe por que, nunca o viu de azul, não sabe mesmo se existe aquele casaco jogado sobre os ombros. Só vê uma mancha azul e o rosto destacado em indagação. Os olhos. Como se dissessem: fala. Falaria? O quê? A porta se abre, cortando o pensamento. Dobra-se em ânsia, quase vira os copos: uma mulher de verde, nariz grande, ar de psicóloga em busca de material. Vira para a outra mesa, pede um fósforo.

Eu não procurei, não insisti. Contive tudo dentro de mim até que houvesse um movimento qualquer de aceitação. Quando houve, cedi. A sua cabeça pesava no meu braço. Ele estava bêbado? Estava cansado? Eu era apenas um braço onde ele debruçava a sua exaustão? Ele se indagava se eu o recebia como receberia qualquer cansaço humano ou sabia que eu estava tenso, na espreita, dilacerado? Os outros dois dançavam no meio da sala. Não viam ou não queria, ver ou não havia nada para ver? O corpo de Lídia era 19udo como uma flecha. Aquele contato era premeditado ou ocasional?

As indagações pesavam sem resposta, e numa lucidez desesperada eu num repente assimilava todos os detalhes, dissecava o que acontecia em tomo como se tivesse mil olhos, envelhecia como a noite lá fora, virando madrugada, a luz fraca -eu tudo compreendia, tudo sabia. Menos aquela cabeça pesando no meu braço. Que espécie de busca o levara àquele gesto? Me quebrava por dentro, a cabeça afundando cada vez mais no meu corpo, eu negava, fugia, tenso, o cigarro morto nas mãos, a cinza caindo s'obre o tapete.

Eles dançavam há muito tempo, muito tempo. E eu morria. A cabeça dele se movimentava, sua boca esmagava meu braço. Fechei os olhos e afundei os dedos nos seus cabelos.

Ergue-se de um salto ouvindo o toque do telefone. Espreita a secretária levando o fone ao ouvido. Lentamente, acompanha os olhos da secretária vagando em tomo, inexpressivos. Depois ela chama por outro nome. Não o seu. O tampo verde da mesa recebe os seus braços e o peso da cabeça. Abre uma gaveta à toa, papéis misturados, envelopes, cartas que não dizem nada, não trazem nada.

Espalma as mãos sobre o teclado da máquina. Bate, leve. Podia escrever um poema. Não. Recusa mesmo essa espécie de alívio. Não quer a cor. Prefere o dilaceramento cada vez mais intenso, mais insolucionado. Precisa sofrer e morrer muitas vezes por dia para sentir-se vivo. Chegara à constatação de que era só, Único, e que devia bastar-se a si mesmo, e justamente por isso precisava de uma outra pessoa. Os grãos de areia nunca se tocam. Mesmo quando juntos há entre eles uma espécie de carapaça que não os deixa tocarem se. Jamais um núcleo toca outro núcleo. A terra é azul, os olhos eram azuis, ele vestiria azul -dentro de muitos azuis concêntricos, ele voltaria a se perder. Um certo prazer em saber-se assim solto, assim perdido entre as coisas, assim contendo um mal-estar que ninguém saberia de quê. O tic-tac das máquinas de escrever. O sol coado pelas persianas. Uma brecha de luz em cima da mesa. A sombra de seu perfil na parede. Amassa várias folhas de papel, joga-as no chão, gesto brusco. Você sabe que vai ser sempre assim. Que essa queda não é a última. Que muitas vezes você vai cair e hesitar no levantar-se, até uma próxima queda. Prefere jogar-se numa atitude que seria teatral, não fosse verdadeira, sentir os espinhos rasgando carne, as pedras entrando no corpo, o rosto espatifado contra o fim desconhecido. Precisa ir até o fundo.

Guardou vários dias o perfume dos cabelos dele nos pêlos do próprio braço. Como um adolescente. Agora só vê um braço deserto, a pulseira preta do relógio sublinhando a zona do pulso. A parede em frente cheia de fotografias. Arranca todas, vai picando em pedaços cada vez e cada vez menores. Solta devagar no cesto de lixo. Guarda um entre os dedos. Espia. Num fundo indeciso, resta um olho a observá-lo. Azul.

Foi na segunda vez que sentei no chão. Carlos dormia. Lídia desenhava. O copo estava quase vazio. Foi então que ele sentou perto de mim. As mãos sustentavam a cabeça. A posição devia ser incômoda -o corpo apoiado em meio sobre o assoalho, a cabeça no ar, os pés no ar. Eu tremia? Não. Sentia minhas próprias unhas furando as palmas das mãos, mas meu corpo estava seguro, em riste. O primeiro toque foi dele. As mãos comprimiram minhas pernas. Depois, uma das mãos libertou-se avançando em forma de ternura. Nos seus cabelos, as minhas mãos iam e vinham, adivinhando a tessitura. Era noite, ainda. O ritual já fora cumprido. Puxou-me para si, os nossos corpos opostos no assoalho, duas lanças apontando uma para a outra. E de repente nos ferimos. Com a boca. Senti seus lábios nos meus, os dentes se chocando, ,s mãos que seguravam meu rosto, investigavam meus traços, eu nascia por dentro, quase gritava, tentávamos desvendar um ao outro, mas não íamos além da tentativa, , que já se fazia angústia em suas mãos como espinhos, subindo por meu corpo inteiro, busca tensa. Não, não era amor, não foi amor. Tudo explodia num plano muito mais alto, muito mais intenso. Nos desvendávamos com a fúria dos que antecipadamente sabem que não vão conseguir jamais.

Alguma coisa morria em mim naquela procura de meta inatingível, desconhecida -e num tempo mesmo algo nascia de repente, puxado não sei de que desvão, de que sombra oculta, de que arca fechada, coberta de poeira, abriam-se portas em mim, janelas quebravam, estilhaços saltavam, pedaços de vidro me cortavam sem piedade, já não via a noite, o dia, o tempo, o espaço onde estávamos, vagávamos no cosmos ou estávamos presos numa esfera conhecida? eu não sabia, eu morria, eu nascia sucessivamente, em desespero, eu compreendia súbito. Não, não era amor. Era terror.

Desce do ônibus, alcança a escada rolante. O dia morre no fim da avenida que se espalha nas nascentes da galeria. Os degraus subindo em lenta ascensão. Vai além deles, corre vencendo a máquina. A rua apinhada de gente e carros. As buzinas em loucura. Os anúncios luminosos começam a acender, indecisos. As luzes dos postes. Atravessa a rua correndo. O automóvel freia. Pessoas param, suspensas, atentas a um acontecimento que quebraria súbito o estático do momento. Junta os livros no chão, alcança a calçada, quase corre, esbarra, vira a esquina, ofega, a subida põe gotas de suor no seu rosto. Entra no edifício. O zelador lê uma fotonovela. Alguma coisa para mim? pergunta. Quê? Alguma coisa para mim. Não pergunta mais, afirma, sabe que tem. Ah sim, uma carta. Estende o envelope pesado de que angústia, de que explicação, de que riso talvez? Olha o remetente, amassa em desalento o apoio que não quer, que não busca, que não espera.

Ninguém me procurou? Não. Ninguém. Aperta o botão do elevador. Pelo corredor vai desabotoando a camisa, tira o paletó, a gravata, afrouxa o cinto. Abre a porta. Espia, os olhos meio estrábicos no medo de ver o bilhete que não existe sobre o assoalho vazio. Joga as roupas numa cadeira. Apóia o corpo na janela. Acende um cigarro. Espia a rua, as pessoas, a noite que se cumpre mais uma vez. Liga o rádio. Não ouve a música. Os olhos se turvam, por dentro uma coisa aperta num jeito de quem estrangula. Não pode gritar. As paredes se dobram, fremem, prenhes de ironia.

Suspira. Exausto.

Não queria, desde o começo eu não quis. Desde que senti que ia cair e me quebrar inteiro na queda para depois restar incompleto, destruído talvez, as mãos desertas, o corpo lasso. Fugi. Eu não buscaria porque conhecia a queda, porque já caíra muitas vezes, e em cada vez restara mais morto, mais indefinido -e seria preciso reestruturar verdades, seria preciso ir construindo tUdo aos poucos, eu temia que meus instrumentos se revelassem precários, e que nada eu pudesse fazer além de ceder. Mas no meio da fuga, você aconteceu. Foi você, não eu, quem buscou. Mas olf1ilaceramento foi só meu, como só meu foi o desespero. Que espécie de coisa o cigarro queimou, além dos cabelos? Sei que foi mais fundo, mais dentro, que nessa ignorada dimensão rompeu alguma coisa que estava em marcha. Eu quis tanto ser a tua paz, quis tanto que você fosse o meu encontro. Quis tanto dar, tanto receber. Quis precisar, sem exigências. E sem solicitações, aceitar o que me era dado. Sem ir além, compreende? Não queria pedir mais do que você tinha, assim como eu não daria mais do que dispunha, por limitação humana. Mas o que tinha, era seu. A noite ultrapassou a si mesma, encontrou a madrugada, se desfez em manhã, em dia claro, em tarde verde, em anoitecer e em noite outra vez. Fiquei. Você sabe que eu fiquei. E que ficaria até o fim, até o fundo. Que aceitei a queda, que aceitei a morte. Que nessa aceitação, caí. Que nessa queda, morri. Tenho me carregado tão perdido e pesado pelos dias afora. E ninguém vê que estou morto.

Abre devagar o armário do banheiro. O espelho reflete uma face de barba não feita, olheiras fundas, leve contração nas sobrancelhas. Abre o pacote de lâminas, retira uma, vai amassando aos poucos o papel. Senta na beira da cama, o aço nas mãos.

Examina a cicatriz já antiga, um simples fio no pulso. Aperta.

Sente as pulsações. O frio da lâmina entre os dedos. A cicatriz, lembrança de uma outra queda. Do apartamento ao lado chegam os sons desfeitos de algo que devia ser música. Um vento indeciso de madrugada entra pela janela. Está sentado na cama, corpo nu, pés descalços, costas curvas. A lâmina vibra entre os dedos. Nenhum pensamento. Só espera. Atenção fixa em si mesma. Dobra os ombros, como se chorasse. E não corta. Joga a lâmina pela janela, vai-se curvando para si mesmo. Os braços se cruzam, enlaçam os joelhos, a cabeça afunda entre as pernas. Não chora sequer. No cinzeiro, o cigarro esquecido queima. Um fino fio de fumaça sobe aos poucos indeciso, adensando o ar que se enche de olhos, de mãos, de gestos incompletos, vozes veladas, palavras não formuladas. Sem compreender, vaga entre a fumaça e tomba.

frase do dia

sinta-se sexy e você será sexy !

Manual da mulher ultrasexy

Scheila Carvalho, Daniele Winits e outras poderosas entregam a receita da sensualidade feminina


A sensualidade feminina não é assunto fácil para qualquer uma. Insinuações, roupas provocantes e maquiagem são as principais armas de quem domina a arte de seduzir. Famosas consideradas sexy por homens e mulheres dão dicas às leitoras do Delas; saiba quais são as apostas de Scheila Carvalho, Cláudia Raia, Daniele Winits e outros mulherões!

Scheila Carvalho, ex-dançarina do “É o Tchan”
“Coloco um lindo vestido com as pe
rnas à mostra e invisto no olhar, que é a minha maior
arma”.

Cláudia Raia, atriz e bailarina
“O olhar é a coisa mais sexy,
ele diz tudo. Não adianta um salto alto ou uma meia-calça se a mulher não
mostra a intenção”.

Syang, cantora e escritora
“A autoestima lá em cima é fundamental. Para isso, é
preciso estar com a depilação em dia, ficar cheirosa e se achar linda. Uma lingerie nova também ajuda".

Carolinie Figueiredo, atriz
“Rímel é ótimo. O olhar é a coisa mais sexy”.

Giulia Gam, atriz
Tem o lance do cabelo, meia-calça, seios bonitos, batom vermelho, cílios... Mas a mulher precisa se sentir confortável. Você até pode

colocar salto, fenda, saber usar o cabelo, mas se não estiver segura, não adianta”.

Caroline Bittencourt, modelo
Lingerie sexy é uma boa, mas, além disso, a mulher tem que se sentir bem. Dessa forma, ela cria autoestima e o homem tende a considerá-la mais sexy”.



Guilhermina Guinle, atriz
“Acho que um bom salto alto diz tudo. Deixa o corpo mais alongado, uma postura bonita e faz ficar sexy”.

Letícia Spiller, atriz
“Pode botar decote e minissaia, mas, se não estiver à vontade, vai se sentir um lixo. Não adianta ficar sensual e toda durona, sem se sentir bem. Mas eu voto o decot
e e a minissaia”.

Cacau, ex-BBB10
“Uma mulher bem perfumada é sexy. Salto fino, boca atraente com gloss na medida certa e unhas vermelhas também fazem toda a diferença”.

Branca, gêmea do nado sincronizado

“O bronzeado é essencial. O cabelo precisa estar perfeito, o perfume tem que ser marcante e a roupa elegante”.

Bia, gêmea do nado sincronizado
“Acho sexy um rímel f

orte para deixar o olhar bem penetrante, além de um bom perfume. Não sou de usar nada provocante demais, acho que a discrição desperta a curiosidade nos homens”.

Wanessa Camargo, cantora
“A mulher deve valorizar o que tem de melhor. Se for os seios, coloca um decote. Se for a perna, uma minissaia. Se quer marcar a cintura, uma roupa própria para isso”.
















fonte : Delas.Ig



trecho

Mas agora, hoje, guarda isso, eu amo demais você. Por que escrevo? Porque é a minha vingança contra todas as palavras e sensações que morrem todos os dias mostrando pra gente que nada vale de nada. Toma esse texto, o único lugar seguro e eterno pra gente.