sábado, 31 de julho de 2010

pelo caio

Você não existe. Eu não existo. Mas estou tão poderoso na minha sede que inventei a você para matar a minha sede imensa. Você está tão forte na sua fragilidade que inventou a mim para matar a sua sede exata. Nós nos inventamos um ao outro porque éramos tudo o que precisávamos para continuar vivendo. E porque nos inventamos um ao outro, porque éramos tudo o que precisávamos, para continuar vivendo. E porque nos inventamos, eu te confiro poder sobre o meu destino e você me confere poder sobre o teu destino. Você me dá seu futuro, eu te ofereço meu passado. Então e assim, somos presente, passado e futuro. Tempo infinito num só, esse é o eterno .


- caio fernando abreu

dialogos

- Só sei que nós nos amamos muito...
- Porque você está usando o verbo no presente? Você ainda me ama?
- Não, eu falei no passado!
- Curioso né? É a mesma conjugação.
- Que língua doida! Quer dizer que NÓS estamos condenados a amar para sempre?
- E não é o que acontece? Digo, nosso amor nunca acaba, o que acaba são as relações...
- Pensar assim me assusta.
- Porque? Você acha isso ruim?
- É que nessas coisas de amor eu sempre dôo demais...
- Você usou o verbo 'doer' ou 'doar'?
- [Pausa] Pois é, também dá no mesmo...

quarta-feira, 28 de julho de 2010

é realmente em você que achei a explicação para o amor

Coisas estranhas acontecem naquela noite gelada , talvez um novo amor recomeçando dentro de mim , será que vale a pena me entregar neste momento ? sendo que você não vai estar aqui pra afagar as minhas dores , não vai estar aqui pra me esquentar , e porque alguém inventou a distancia ? para as pessoas sofrerem mais , eu acho! . Isso tudo é uma nova e louca historia que já esta se tornando velha , onde alguém já sofreu pelo mesmo motivo , estou confusa sobre isso, sobre os meus próprios sentimentos , será que é realmente o que quero ? . Eu irei viver esta historia de amor , vou me entregar ainda mais para este amor , vamos pegar nossos lápis de colorir , desenhar um mundo mágico , dar as mãos , sorrir , se ver , e em todos os dias uma nova aliança de amor , mais isso ainda não existe, estamos distante , entre serras nos separando , cidades fazendo com que talvez este sonho acabe , mais porque eu irei desistir agora , se é realmente a coisa que me alimenta , é este amor que me faz viver ! Esta noite quero você apenas deitado em meu colo , trocando cada olhar , pensando que a distancia não existe , que o amor é possível sem sofrer , além de tudo , meu coração bate quando estou ao seu lado , contando a cada pulso um amor á mais renascendo , é realmente em você que achei a explicação para o amor !



Láis Garcez

o que restou

Não é dor, não dói mais... Nem vontade de chorar ela tem. Mas sente a falta dele, como nunca sentiu de ninguém. É uma falta doce, como se a qualquer momento ele fosse aparecer, sorrir, e abraçá-la tão forte a ponto de fundir os dois corpos em um só. Ela balança a cabeça, como que se mexer a cabeça os pensamentos saem soltos por aí e a deixam estudar. Mas em poucos minutos algo a faz lembrar dele novamente. É o seu perfume que se mantém impregnado em suas roupas, o filme da TV que menciona o seu nome, são ruas por onde lembram um momento, ou simplesmente uma música com letra romântica, aquela que ouviam juntinhos e que ele cantava suavemente ao pé de seu ouvido. É difícil, muito difícil. Ela não odeia o Universo, mas odiou por uma semana! E ela sabe que tem de esquecê-lo o mais rápido possível ou então irá procurá-lo a qualquer momento. Ela até entende, compreende e aceita, tudo que aconteceu e os motivos... Mas sente tamanha falta dos poucos e bons momentos de felicidade que teve ao lado dele. Queria que fosse mais fácil, tão quanto fechar os olhos e vivenciar nem que por um minutinho todo aquele amor, amor que nem ela sabe para onde foi. E ela se pergunta: O amor, onde está o amor? Ali, lá? Não, esse amor está dentro dos nossos corações, impossível de tirar ou apagar. É algo que não consegue explicar, por que não entende direito. Já que, ser feliz é tudo que se quer, não é? E estar feliz e ter de se afastar, sentir saudade e viver em um tempo onde lembranças são só lembranças... Não era bem o que ela esperava para a história da sua vida.


Brisa

é só o que peço

Eu não espero que você seja o-grande-amor-da-minha-vida, parei de acreditar nisso na quinta série quando a moça que trabalhava na biblioteca do meu colégio me disse que estava se separando do marido dela. Meus pais estão juntos até hoje, mas a gente sabe bem como vão as coisas ali. A moça da biblioteca chorou. Não quero que você me faça chorar. Não quero que você seja um motivo ruim na minha vida. Você é motivo de sorrisos, razão pra eu acordar num dia de chuva e tomar banho e mudar de roupa porque eu sei que você vai passar aqui, vai trazer algo congelado pra gente ver ser aquecido no forno e comer enquanto falamos bobagens. Não quero te odiar. Não quero falar mal de você pros outros. Pras minhas amigas. Quero falar mal de você como quem ama. Pois é, Carla, ele nunca lembra de desligar o celular antes de dormir e sempre alguém do trabalho liga. Sabe, eu quero dizer isso. Que o máximo de irritação que você me provoca é me acordar de manhã cedo falando bobagens que parecem ser importantes no celular. Não quero que você me largue. Não quero te largar. Não quero ter motivos pra ir embora, pra te deixar falando sozinho, pra bater o telefone na sua cara. E eu não tenho medo que isso aconteça (eu nunca tenho), eu fiz isso com todos os outros. É só que dessa vez eu queria muito que fosse diferente. Dessa vez, com você, eu queria que desse certo. Que eu não te largasse no altar. Que eu não te visse com outra. Que eu não tivesse raiva. Que você não passasse a comer de boca aberta. Que você entendesse o meu problema com chãos de banheiro molhados pra sempre. Que você gostasse e cuidasse de mim como ontem à noite você cuidou. Eu quero que dê certo, não estraga, por favor. Não estraga não estraga não estraga. Posso pôr um post-it na sua carteira? Mesmo que a gente não fique juntos pra sempre. Mesmo que acabe semana que vem. Nunca destrua o meu carinho por você. Nunca esfrie o calorzinho que aparece dentro de mim quando você liga, sorri ou aparece no olho mágico da minha porta. Mesmo que você apareça na porta de outras mulheres depois de me deixar.
Me deixe um dia, se quiser. Mas me deixe te amando. É só o que eu peço.


- tati bernardi

o amor

Semana passada liguei pro meu melhor amigo e convidei para um cinema. A gente não se falava desde o ano novo, quando tudo deu errado pro nosso lado. De tempos em tempos sumimos, falamos umas coisas horríveis de quem se conhece demais. Ele topou desde que fosse daqui pra frente, preguiça de conversar da briga e tal. E fomos. Cheguei antes, comprei. Ele chegou depois, comprou água. Porque eu comprei os ingressos, ele comprou também uns doces e disse que pagaria o estacionamento. Porque ele pagaria o estacionamento, eu disse que daria a carona da volta. E com meu coração tão calmo eu voltei a sentir o soninho de sofá de casa com manta que sinto ao lado dele. A gente não se beija nem nada, mas quando vai ver pegou na mão um do outro de tanto que se gosta e se cuida e se sabe. Já tivemos nossos tempos de transar e passar nervoso e aquela coisa toda de quem ama prematuramente. Mas evoluímos para esse amor que nem sei explicar. Ele me conta das meninas, eu conto dos caras. Eu acho engraçado quando ele fala “ah, enjoei, ela era meio sem assunto” e olha pra mim com saudade. Ele também ri quando eu digo “ah, ele não entendeu nada” e olho pra ele sabendo que ele também não entende, mas pelo menos não vai embora. Ou vai mas sempre volta. Não temos ciúmes e nem posse porque somos pra sempre. Ainda que ele case, more na Bósnia, são quase quinze anos. Somos pra sempre. Ele conta do filme que tá fazendo, eu do livro. Os mesmos há mil anos. Contar é sem pressa de acabar. Se ele me corta é como se a frase que eu fosse falar fosse mesmo dele. É um exibicionismo orgânico, como se meu silêncio pudesse continuar me vendendo como uma boa pessoa. São quinze anos. É isso. Ele me viu de cabelo amarelo enrolado. Eu lembro dele gordinho e mais baixo. Ele sempre comprou meus testes de gravidez, mesmo a suspeita nunca sendo nossa. Eu já fui bem bonita numa festa só porque ele queria me fazer de namorada peituda pra provocar a ex mulher. Minha maior tristeza é que todo novo amor que eu arrumo vem sempre com algum velho amor tão longo e bonito. E eu sofro porque com pouco tempo não consigo ser melhor que o muito tempo. E de sofrer assim e enlouquecer assim, nunca dou tempo de ser muito para esses amores porque estrago antes. Mas meu melhor amigo é meu único amor. O único que consegui. Porque ele sempre volta. E meu coração fica calmo. E ele vai comigo na pizzaria e todos meus amigos novos morrem de rir porque ele é naturalmente engraçado e gente boa e sabe todos os assuntos do mundo. E todo mundo adora meu melhor amigo. E eu amo ele. E sempre acabamos suspirando aliviados "alguém é bobo como eu, alguém tem esse humor" e mais uma vez rimos da piada que inventamos, do pai que chega pro filho e fala: sua mãe não é sua mãe, eu transei com outra". E esse é meu presente dessa fase tão terrível de gente indo embora. Quem tem que ficar, fica.


- tati bernardi

terça-feira, 27 de julho de 2010

vampiros

Eu não acredito em gnomos ou duendes, mas vampiros existem. Fique ligado, eles podem estar numa sala de bate-papo virtual, no balcão de um bar, no estacionamento de um shopping. Vampiros e vampiras aproximam-se com uma conversa fiada, pedem seu telefone, ligam no outro dia, convidam para um cinema. Quando você menos espera, está entregando a eles seu rico pescocinho e mais. Este "mais" você vai acabar descobrindo o que é com o tempo.
Vampiros tratam você muito bem, têm muita cultura, presença de espírito e conhecimento da vida. Você fica certo que conheceu uma pessoa especial. Custa a se dar conta de que eles são vampiros, parecem gente. Até que começam a sugar você. Sugam todinho o seu amor, sugam sua confiança, sugam sua tolerância, sugam sua fé, sugam seu tempo, sugam suas ilusões. Vampiros deixam você murchinha, chupam até a última gota. Um belo dia você descobre que nunca recebeu nada em troca, que amou pelos dois, que foi sempre um ombro amigo, que sempre esteve à disposição, e sofreu tão solitariamente que hoje se encontra aí, mais carniça do que carne.
Esta é uma historinha de terror que se repete ano após ano, por séculos. Relações vampirescas: o morcegão surge com uma carinha de fome e cansaço, como se não tivesse dormido a noite toda, e você se oferece para uma conversa, um abraço, uma força. Aí ele se revitaliza e bate as asinhas. Acontece em São Paulo, Manaus, Recife, Florianópolis, em todo lugar, não só na Transilvânia. E ocorre também entre amigos, entre colegas de trabalho, entre familiares, não só nas relações de amor.
Doe sangue para hospitais. Dê seu sangue por um projeto de vida, por um sonho. Mas não doe para aqueles que sempre, sempre, sempre vão lhe pedir mais e lhe retribuir jamais.


- martha medeiros

encontros


Todo encontro genuíno de amor é também o encontro
de duas pessoas que conseguem ouvir a música uma da outra
e sentir alegria e descanso com aquilo que ouvem.
Conseguem ouvir, não importa quantos ruídos tenham inventado pelo caminho,
tantas vezes para se proteger da dor afastando a vida


Ana Jácomo

por dentro

Nenhum pensamento meu tem o poder de te machucar, nenhum mundo para onde eu vá tem o poder de te causar desespero. E eu preciso te sentir na minha ratoeira, eu preciso atirar nas suas asas que sobrevoam meu sossego. Você sempre me deixa, mesmo ficando colado comigo. Eu preciso sentir tormento alheio para desocupar o lugar da atormentada. Eu preciso ter a certeza que no seu ponto perdido no espaço ainda não mora outro rosto. O amor tem uma cara feia pra mim, de tormenta, de escuridão, de labirinto. E eu não consigo acreditar no seu jeito feliz de me amar, no seu jeito feliz de achar que tudo bem entregar um peito a outro ser que voltou ao mundo porque ainda não tinha aprendido a viver. Quando a gente ama, a gente entrega a alma para alguém que não sabe direito nem o que fazer com a própria. Por isso eu agora estava ali, coberta do cheiro alheio, para ver se eu me defumava de outras intenções, o suficiente para fechar os poros das nossas portas. Eu queria morrer ali, ao lado do outro homem. Ainda que nenhuma célula do meu corpo permitisse a proximidade de outro batimento cardíaco, outro bafo e outro estalar de dedos do pé. Eu queria congelar aquele momento sem luz, aquele momento em que, aos poucos, eu sentia meu corpo e todo o resto feito de espírito voltar ao meu centro. A nossa morte que me retornava à minha vida. Eu queria que a manhã chegasse aos poucos, matando você sem que eu acordasse e, finalmente, no café da manhã, eu tomaria um suco de laranjas com a minha existência livre da sua. Eu queria não acordar e lembrar que ainda preciso conquistar você, porque você brinca de ser meu, mas mora do outro lado mundo. E eu não sou atleta e nem forte para correr tanto e tão longe, por isso gostaria de destruir tudo o que é seu do meu mapa. Eu tenho muita preguiça do seu olhar de "já sei o que é sofrer, agora posso viver sem medo porque descobri que eu não morro". Eu já sofri por aí, mas ainda morro muito, todo dia eu velo meus restos e conto uma piada para ninguém perceber. E eu queria relaxar da terra em cima da minha cabeça só para variar um pouco. Eu estava deitada numa cama imensa que poderia ser minha, e o outro dizia "tudo aqui pode ser só seu e pra sempre". Aos poucos fui lavando meu cérebro de você, e torcendo para os restos da limpeza caírem no meu coração, acabando de vez com o serviço. Fui trabalhando meu corpo para esvaziar todas as suas pistas da minha história. A maior felicidade para mim é sentir uma coceguinha de proteção no centro do meu estômago, uma borboletinha da alegria, uma paz imensa que emana do meu centro enquentando até os dedos do pé e os fios de cabelo. Essa alegria foi nascendo, igual a quando eu sabia amar apenas como filha, porque ele me deixou ficar nua, carente e imaculada, como uma criança. A escuridão foi me invadindo e calando neurônio por neurônio, grito por grito da minha angústia. Eu já estava me acostumando com a vida assim, a vida quente e confortável do chão firme e certo. O quente do amor conquistado e sólido e não da paixão quebrada em milhões de pedaços indecifráveis que eram jogados por um desconhecido, como num jogo de dardos, no meu coração estampado numa parede descascada. Mas eu sonhei que você me descobria, me via deitada ali com a pele tão arrepiada que parecia uma galinha depenada, e eu te dizia: eu não deixei ele encostar em mim, eu sou tão sua, que merda, eu sou tão sua. E você, sem alterar a expressão eterna do seu orgulho inabalável, apenas me olhava com pena e me dizia que tudo bem. Mas não está tudo bem, sabe? Eu preciso ver sofrimento no meu líder para saber que sigo um apelo humano. Eu cansei de alisar sua escultura de pedra. Eu cansei de ser perdoada, compreendida e aceita. Eu cansei do mundo evoluído, porque eu sou bicho e esse mundo evoluído me humilha demais. Alguém aí pode admitir que essa merda de vida dá um medo filho da puta, e que ficar longe de tudo dói, e que ficar dentro de tudo dói, e que estar aqui, agora, dói pra cacete? Alguém aí pode admitir por um segundo a inveja, o cansaço, o ciúme, a dor, a porra toda que essa química causa no nosso cérebro quando se espalha sem pedir permissão e joga essa doença toda pra cima da gente, a gente que estava calmamente vivendo nossa vidinha idiota? Alguém aí pode deixar de segurar na muleta social do divertimento, jogar copos longe, cigarros longe, bocas alheias, fugazes e desconhecidas longe, roupas longe, colares e pulseiras longe, poses e armações de sutiãs longe,…? Alguém pode me dar um murro na boca e me prender ao pé da cama, por favor?


tati bernardi

domingo, 25 de julho de 2010

(+) frases

Havia muitas coisas que eu queria dizer, algumas não muito boas
e outras mais revoltantes de pieguice e romantismo do que sonhava
que eu seria capaz

frase o dia

A gente tenta provar que também existe sem amor e acorda se procurando
no dia seguinte

greys anatomy

Não dá pra saber qual dia será o mais importante da sua vida. Os dias que você pensa que serão importantes nunca atingem a proporção imaginada.
São os dias normais, os que começam normalmente, que acabam se tornando os mais importantes.Você não reconhece o dia mais importante até que esteja no meio dele.
O dia que você se compromete com algo ou alguém.
O dia que você tem seu coração partido.
O dia em que você conhece sua alma gêmea.
O dia em que você se dá conta de que não há tempo suficiente, porque você quer viver pra sempre.
Esses são os dias mais importantes... Os dias perfeitos .

aristogatos


Nunca imaginei ter um bicho de estimação, por uma questão de ordem prática: moro em apartamento, sempre morei. E, se morasse em casa, escolheria um cachorro. Logo, nunca considerei a hipótese de ter um gato, fosse no térreo ou no 10o andar. Quando me falavam em gato, eu recorria a todos os chavões pra encerrar o assunto: gato é um animal frio, não interage, a troco de que ter um enfeite de quatro patas circulando pela casa?
Hoje, dona apaixonada de um gato de cinco meses (e morando no 10o andar), já consigo responder a essa pergunta pegando emprestada uma frase de um tal Wesley Bates: “Não há necessidade de esculturas numa casa onde vive um gato”. Boa, Wesley, seja você quem for. Gato é a manifestação soberana da elegância, é uma obra de arte em movimento. E, se levarmos em consideração que a elegância anda perdendo de 10 x 0 para a vulgaridade, está aí um bom motivo para ter um bichano aninhado entre as almofadas.
Só que encasquetei de buscar argumentos ainda mais conclusivos. Por que, afinal, eu me encantei de tal modo por um felino? Comecei a ler outras frases irônicas e aparentemente pouco elogiosas. Mark Twain disse que gatos são inteligentes: aprendem qualquer crime com facilidade. Francis Galton disse que o gato é antissocial. Rob Kopack disse que, se eles pudessem falar, mentiriam para nós. Saki disse que o gato é doméstico só até onde convém aos seus interesses. Estava explicado por que gamei: qual a mulher que não tem uma quedinha por cafajestes?
Ser dona de um cachorro deve ser sensacional. Lealdade, companheirismo, reciprocidade, eu sei, eu sei, eu vi o filme do Marley. Cão é boa gente. Só que o meu cachorro preferido no cinema nunca foi da estirpe de um Marley. Era o Vagabundo, sabe aquele do desenho animado? O que reparte com a Dama um fio de macarrão, ambos mastigam, um de cada lado, e mastigam, mastigam até que (suspiro... a emoção impede que eu continue). Eu trocaria todos os príncipes loiros e bem-comportados da Branca de Neve e da Cinderela pelo livre e irreverente Vagabundo, que foi o personagem fetiche da minha infância. E, lembrando dele agora, consigo entender a razão: aquele malandro tinha alma de gato.

Imagino que, com essa crônica, eu esteja revelando o lado menos nobre do meu ser. Pareço tão sensata, tão bem resolvida, tão madura – quá! – tenho outra por dentro. Que vergonha. Levei mais de 40 anos para me dar conta de que não faço questão de uma criatura que me siga, que me agrade, que me idolatre, que me atenda imediatamente ao ser chamado, que me convide pra passear com ele todo dia. Sendo charmoso, na dele e possuindo ao menos alguma condescendência comigo, tem jogo.
Cristo, um simples gato me fez descobrir que sou mulher de bandido.


-Martha Medeiros

frase, e recado

Saudades ficam violentas quando mudamos de endereço. Saudades ficam insuportáveis quando mudamos de sentido

não sei de onde eu achei a frase, tipo, eu fui colar um texto aqui, e haha apareceu essa que eu achei bem interessante .
e á propósito - aproveitando o espaço coloquei um gadget , em cima da frase do dia, com os videos de crônicas, por só enquanto só tem o canal da Cynthia Verri - pra quem não sabe, namorada do fabricio carpinerjar, mais pretendo em breve achar mais videos, de crônicas,e assunto, e musicas bem legais *-*


lobalela

sábado, 24 de julho de 2010

por eles

Amor não dá a última chance, dá chance sempre.
O capricho é cuidar do erro.
Não há capricho sem usar a borracha
e reescrever de novo.



- fabricio carpinerjar

muito , muito foda

- Então, Charlie Brown, o que é o amor pra você?
- Em 1987 meu pai tinha um carro azul.
- Mas o que isso tem a ver com o amor?
- Bom, acontece que todos os dias ele dava carona para uma moça. Ele saía do carro, abria a porta pra ela, quando ela entrava ele fechava a porta, dava a volta pelo carro, e quando ele ia abrir a porta pra entrar, ela apertava a tranca. Ela fazia caretas e os dois morriam de rir. Acho que isso é amor.


Peanuts, 1999

frase do dia

Mais de meio julho e um agosto inteiro a atravessar. Conseguiremos resistir?

trechinho

Amor, então
também, acaba?
Não, que eu saiba.
O que eu sei
é que se transforma
numa matéria-prima
que a vida se encarrega
de transformar em raiva.
Ou em rima .

pelo caio


Eu estava a ponto de sentar numa daquelas calçadas tortas,(...)
enterrar a cabeça nas mãos e chorar e chorar pelo tempo perdido,
pela falta de sentido, pela minha derrota (...)

por eles


Assim que se olharam, amaram-se; assim que se amaram, suspiraram; assim que suspiraram, perguntaram-se um ao outro o motivo; assim que descobriram o motivo, procuraram o remédio.

- William Shakespeare

de um livro

Ela nunca acreditou em pessoas que simplismente caem nos braços das outras. Havia sempre algum tipo de pensamento consciente por trás de cada ação realizada por uma pessoa, e não que ela não soubesse o que estava fazendo ali, sabia, sim.

Trecho de À Flor da Pele - Heather Graham

sexta-feira, 23 de julho de 2010

muito amor

Para os grandes, eu penso. E viro a cabeça pra pensar em outra coisa. É mais feliz gostar, amar é pra quem pode. Mas você ou a vida ou sei lá. Insiste. E então chega enorme. E só me resta rir que nem quando vejo um bebê muito pequeno e lindo. Você ri. Vai fazer o quê? É o milagre maravilhoso da vida e eu ficando brega e cheia de medo e cheia de vontade de te contar tantas coisas e nem sei se você gosta de ouvir meus atropelos. Muito amor. E então fico querendo não trair a beleza. Com você sinto a fidelidade de ser tranquila. Um pacto de paz com o mundo. Pra não me afastar de você quando estou longe. E é impossível então que os martelos do apartamento de cima sejam realmente martelos. E é impossível que as chatices do dia sejam realmente sem solução. E aos outros caras, aviso, olha, é amor. É amor. Ainda que eu quisesse, não consigo mais nem um centímetro pra você. Desculpa. O amor é terrivelmente fiel. Porque ele ocupa coisas nossas que nem existem nos sentidos conhecidos. É como tomar água morna depois de ter engolido um filtro inteiro de água geladinha. Ninguém nem pensa nisso. Muito amor. De um jeito que era mesmo o que eu achava que existia. E é orgânico dentro da gente ainda que vendo de fora não pareça caber. O corpo dá um jeito. Minha casca reclama mas incha. Tudo faz drama dentro de mim, ainda que nada seja realmente de surpresa. Sentir isso era o casaco de frio que sempre carreguei no carro. Cansado, abandonado, amassado, sujo, velho. Mas, de repente, tudo isso desistente tem serventia e a vida te abraça. O guarda-chuva do porta-malas. A bolsa falsa do assalto que minha mãe mandava eu ter embaixo do banco do passageiro. Sentir isso são os trocos que você guarda pra emergência. Amar grande é gastar reservas e ainda assim ter coragem pra dar o que não se tem. Amar grande é ter vertigem no chão mas sentir um chamado pra voar. Amar grande é essa fome enjoada ou esse enjôo faminto. É o soco do bem na barriga. É mostrar os dentes pra se defender mas acaba em sorriso. É o sal que carrego no fundo falso da bolsa pra quando eu não aguentar a vida. É o açúcar que carrego junto. É tudo que pode sair do controle. É meu corpo caindo. E as almofadas de várias cores pra me dizer que pode dar certo. É o desespero aconchegante .


- tati bernardi

frase do dia

- Têm borboletas lá no céu, perto da lua?
- Claro. Como você acha que as estrelas chegaram lá?

Vanluchiari

o suco

Estou numa mesa de restaurante com meu chefe e meu dupla. Almoço importante pra decidir o lançamento de um novo celular. Quero um suco de abacaxi, mas lembro que a última vez que estive nesse restaurante, o suco veio aguado, amarelado e com gosto de abacaxi velho. Penso em voz alta, ao que parece, pois, ao fim de minha lembrança, todos estão sem graça na mesa e o garçom me olha feio “faço questão de te trazer um suco de abacaxi delicioso por conta da casa”. Certeza que vão sacanear meu suco. No cosmos das coisas que se encaixam perfeitamente e fazem a mente de um neurótico feliz, cara feia não combina com promessas positivas. E degustações incríveis não combinam com oferecimentos gratuitos. E coisas que não se encaixam com clareza e, pior, comprometem minha dignidade fisiológica, disparam em mim a sirene obsessiva pela verdade minuciosa. Minha vontade era gritar: não, amigo, não, traz uma água mesmo e, de preferência, fechada. E de preferência com gás, que é mais difícil de você me sacanear (água de torneira não vem gaseificada). E traz só a água fechada e um canudinho embalado. Só isso. Eu decidi não comer hoje. Mas era tarde demais. O garçom lançou a delicadeza com voz e olhar indelicados, causando um desequilíbrio energético que começou na unha mais rosada do meu dedão do pé esquerdo e subiu para o quase inexistente pelo loiro que tenho dentro da orelha direita, e sumiu do meu horizonte. O desgraçado foi para cozinha e, junto a outros nordestinos injustiçados pela desigualdade social e cansados das duras horas de trabalho pra atender peruas raivosas com seus sucos não satisfatórios, ia me sacanear. Eles, certamente, aprontariam comigo. Porque é o que eu, provavelmente, faria.
Enquanto meu chefe e dupla tentam escolher entre privilegiar na comunicação os features diferenciais da tecnologia ou o charme incomparável do design, minha mente também está entre dilemas, mas outros: catarro ou pelo do saco? Ranho ou gotícula de suor? Espirro ou esporro?
O suco chega finalmente, trazido em bandeja particular. Por que uma bandeja particular? Claro, tem sacanagem aí. Porque os outros que pediram calma e simpaticamente suas bebidas não podem ser confundidos com a vaca que vai tomar sêmen com muco nasal da mesa sete. O suco, em copo grande e reluzente, olha pra mim. Como um pedido de noivado feito por alguém que rouba rins na madrugada. Se tenho ojeriza a pega-lo com a mão, o que dirá mandá-lo para dentro do meu ser. Peço perdão se escrevo um pouco mais floreadamente que de costume, mas a neurose, meu amigo, a verdadeira neurose, não é brincadeira não. Ela merece o máximo de esforço intelectual possível, para que seu tamanho possa ser sentido até pelos mais exigentes neurônios. Não, não é isso, é apenas que a neurose se leva a sério demais, então, não consigo as palavras mais leves e diretas agora.
Pego o suco. Isso tudo é coisa da minha cabeça. Minha cabeça, sempre muito rápida e esperta, responde: mas existe alguma coisa do mundo que não seja coisa da sua cabeça? Chega. Dou bronca em silêncio para mim mesma. Chega. Sorrio para o garçom, na esperança infantil dele sorrir em retribuição e tudo ficar bem. Se ele sorrir, amigável, não tem nada no suco. Se ele sorrir, jocoso, tem. Ele não sorri, ele apenas me encara. Forte, sem desviar os olhos, profundamente. Eu sorrio mais, eu sorrio além da conta. Pelo amor de Deus, amigo. Sorria de volta. Vamos, sorria e me liberte. Sorria e todos os sucos vão sorrir. Sorria e não existem mais sujeiras e maldades no mundo. Ele não sorri. Mas antes de virar as costas, ele diz, novamente olhando firme dentro dos meus olhos: “mandei caprichar pra você”. Não, essa era a última coisa que ele deveria ter dito.
“Mandei caprichar pra você” é o código universal do “mijei aí dentro, sua puta”.
A essa altura do campeonato, meu chefe e dupla já tinham se decidido pelo design em detrimento aos atributos mais tecnológicos. E você, Tati, o que acha? Eu, eu...Bom, eu acho que se não for urina é, no mínimo, cuspe. Aliás, os dois dariam esse efeito de espuma, dependendo da concentração de PH.
Almoço a metade dos pratos de tudo o que meu chefe e dupla pedem, não tenho coragem de pedir mais nada com exclusividade. Se o paraíba me sacaneou, sacaneou também outros dois bons seres, pais de família e trabalhadores. Acho que ele não faria isso. E, se fez, divido a desgraça com outras pessoas, o que sempre torna nossa vida menos terrível e injusta. No suco, não toco. Até que uma sede infinita começa a me tomar. Claro, o paraíba precisava se cercar de todos os lados. “E se ela, depois de todo esse esforço cruel, não beber o suco? E se ela for esperta e não tomar o suco? Vamos salgar bastante a comida!” Dá certo, eu estou morrendo de sede. Última tentativa: se ele sorrir pra mim, eu bebo o suco. Olho pra ele, insistente, sorrindo muito. Ele sorri. Finalmente ele sorri. Mas não é pra mim. É para o garçom que está ao lado dele. Os dois me olham e sorriem entre si. Aparecem mais outros dois. Agora são quatro que me olham e riem desbragadamente. Um cutuca o outro, olha pra mim, e sorri. Sim, sim sim. Certeza que eles sacanearam meu suco! Os quatro! Toda sacanagem de moleque é feita em bando. Homem sozinho não sabe ser mau. Ou melhor: homem sozinho não acha divertido ser mau. Sim, sim, eles sacanearam meu suco! Mas, que saber, eu não bebi e nem vou beber. Eu não sou uma idiota não! Eu sou mesmo é muito da esperta.
Ao final do almoço, meu chefe vai buscar o carro e meu dupla vai até o banheiro. Estou sozinha. Morrendo de sede. O garçom me encara, ainda desafiador e com profundidade. Os outros continuam se cutucando e rindo muito. Que graça eu ainda posso ter se já não estou mais em posse do suco batizado? O garçom se aproxima. Meu coração gela. Ela vai confessar que meu suco tinha coliformes fecais? Não, ele me entrega um bilhete com seu número de telefone e fala, agora sim sorrindo muito: também gostei muito da senhora!

- Tati Bernardi

quinta-feira, 22 de julho de 2010

pelo caio

Somos inocentes em pensar,
que sentimentos são coisas
passíveis de serem controladas.
Eles simplesmente vêm e vão,
não batem na porta, não pedem licença.
Invadem, machucam, alegram (...)



- caio fernando abreu

ovelhas negras

Um nojo, vezenquando me dá um asco — nojo é culpa, nojo é moral — você se sente sórdido, baby? — eu tenho medo, não quero correr riscos — mas agora só existe um jeito e esse jeito é correr o risco — não é mais possível — vamos parar por aqui — quero acordar cedo, fazer cooper no parque, parar de beber, parar de fumar, parar de sentir — estou muito cansado — não faz assim, não diz assim — é muito pouco — não vai dar certo — anormal, eu tenho medo — medo é culpa, medo é moral — não vê que é isso que eles querem que você sinta? Medo, culpa, vergonha — eu aceito, eu me contento com pouco — eu não aceito nada nem me contento com pouco — eu quero muito, eu quero mais, eu quero tudo.


- caio fernando abreu

viver é durissimo

A gente faz as coisas pra matar dentro da gente e morre junto.
A gente faz pra ferir quem pouco sente nossa existência e vai,
aos poucos, deixando de existir pra gente mesmo.
A gente faz pra provar que também existe sem amor e acorda
se procurando no dia seguinte.
Era só pra ser algo divertido e vira um drama.
O amor era pra ser amor e virou só um troço que acabou porque
eu esqueci que era pra ser divertido e pensar isso do amor me ofende.
Viver é duríssimo.
- tati bernardi

como são

E quando recebo suas mensagens de texto, ao longe, dizendo meio que genericamente que deseja tudo de bom e sente saudade, fico com vontade de perguntar se aquele recado chegou só pra mim ou foi disparado para toda lista do celular. Mas me recolho. Uma minúscula e ainda baixa “vozinha” me diz que além dos meus textos eu tenho também muitos charmes, graças e belezas. Além dos meus espinhos eu tenho também muitas flores. E que sim, eu posso ser amada. Porque não ter alguém agora, agarrado aos meus pés, não significa não ser um calo persistente até mesmo em solas curtidas e acostumadas com a corrida. Descubro coisas terríveis e maravilhosas a respeito do amor. As coisas são como são. E na hora certa.
Mas se eu der um passo, um passo apenas, eu vou deixar um rastro do que eu fui pra você e você vai querer voltar pra casa como um cachorrinho fiel, mas não vai mais ter casa, ou não. Então eu cerro os olhos, trinco os dentes, fecho os punhos, engulo o ventre e espero você chegar, porque só você me vira do avesso sem perder nenhum grão de mim. Amor de verdade não acaba, é o que dizem, mas eu tenho medo. Pra não pensar na falta, eu me encho de coisas por aí. Me encho de amigos, charmes, possibilidades, livros, músicas, descobertas solitárias e momentos introspectivos andando ao Sol. E todo esse resto de coisas deixa ao pouco de ser resto, e passa a ser minha vida, e passa a enterrar você de grão em grão, sujando seus dentes e olhos e nada eu posso com a pá que está na minha mão. O vento está mais forte do que o vidro que eu fiz com os meus próprios grãos para me guardar para você.
)Ele está esmurrando a porta, escapando pelas frestas e eu gosto da brisa fina na minha testa aliviando o meu tormento. Eu já quase quero ser varrida por ele, como se sentir tudo isso fosse uma sujeira. Eu já quase quero ficar surda com o zumbido do vento, e calar a boca do desgraçado que mora na minha cabeça. Mas lembrar de você ainda tem o poder de congelar a natureza, de estancar a fresta aberta, de me fazer preferir o demônio quente na testa. Lembrar de você e de como é bom percorrer cada detalhe de tudo o que é seu ainda é melhor do que ser só minha ou me dissipar por aí, para sentir a leveza de querer um pouco de tudo e não muito de uma coisa só. O resto das coisas continua encapado por um plástico vagabundo, pedindo que eu espere mais um pouco para rasgar tudo e voltar. Minha vida ficou velha quando te conheci e todo o esforço que eu faço para não morrer a cada segundo longe de você, é a lembrança de um velho caminhão de mudanças cheio de quinquilharias, sem rumo e perdido.
Portanto, agora, quando eles sorriem pra mim, sentados de frente, quietos, eu apenas pergunto, já me tirando do lugar de ser gostada: e o que você tem pra mim, afinal? E eu sei futuramente que a resposta é avassaladora, passa por coisas alheias do tipo “nada” e por coisas lindas do tipo “e nada é a boa resposta, garota”. Mas por enquanto, ainda acho tudo assim mesmo. Uma grande e triste e quase intolerável maldade. Um dia, é só o que eu quero, eu vou ficar quieta e entender tudo. Quer dizer: eu vou é querer abrir mão de entender tudo .




' Então eu cerro os olhos, trinco os dentes, fecho os punhos, engulo o ventre e espero você chegar, porque só você me vira do avesso sem perder nenhum grão de mim '

- tati bernardi

do livro amanhacer


Por que não pode ler minha mente agora? É tão incoveniente ser
mentalmente muda

frase do ' dia '

Estou deslumbrada com a vida, que te devolve à infância quando o mundo
adulto atropela e fere. Lá na infância você se enche de sonhos e volta preparada
para o mundo adulto, que se ocupa a frustrá-los todos novamente .

encontrei no blog fui catar coquinhos *-*

quarta-feira, 21 de julho de 2010

apenas, reflita

Dizem que a solidão é o mal do século. Eu concordo. Solidão é ter amigos, ter um namorado(a), ter uma família linda, ter milhares de admiradores. E não ter a si mesmo. Solidão é viver numa sociedade cada vez mais superficial, cada vez mais consumista, que julga as pessoas pela aparência e pelo tanto de dinheiro que elas têm. Solidão é o que move a internet hoje – e sempre. Solidão é a única razão pela qual os Orkuts, Facebooks e Twitters da vida se popularizam cada vez mais. Queremos amigos, queremos mensagens fofas, queremos depoimentos que dizem pro resto do mundo o quanto somos lindos, cheirosos e bem amados. Queremos mostrar fotos das viagens pra Europa, queremos mostrar fotos com trinta amigos diferentes, queremos mostrar foto do(a) namorado(a) novo da semana, queremos mostrar fotos do(a) novo(a) melhor amigo(a) de infância que acabamos de conhecer, queremos que o mundo saiba que somos amados. Queremos admiração. Queremos falar, o tempo todo, que temos amigos, amor e dinheiro. Tudo muito superficial. Tudo muito virtual. Tudo fruto da nossa maldita carência, tão maldita quanto essas relações virtuais infundadas. Precisamos nos afirmar pro mundo e pra nós mesmos. Precisamos nos encaixar nos padrões atuais de pessoa bem-sucedida e amada pra sermos aceitos. Mas o vazio está lá. Nas tardes de domingo. Nas compras virtuais cujo encantamento acaba assim que o produto chega à nossa casa. Esperamos encontrar a felicidade no Macbook novo, no celular com mil funções que não toca, nas novas cores de esmalte que são lançadas toda semana, nos hidratantes perfumados, nos xampus caros. Compramos pra ter companhia. Compramos pra preencher um vazio interno. O mesmo vazio que tentamos preencher com amigos virtuais, relacionamentos virtuais e mentiras virtuais. Tapamos o sol com a peneira. Tapamos nossos buracos com relacionamentos que não existem. Despistamos nossa carência aguardando um produto chegar pelo correio. Nos tornamos tão superficiais quanto nossos relacionamentos virtuais . Nos tornamos tão efêmeros quanto os esmaltes da cor da moda. E continuamos nos sentindo vazios. E trocando a cor do esmalte a cada semana .

pelo caio

Que te dizer? Que te amo, que te esperarei um dia na rodoviária, num aeroporto, que te acredito, que consegues mexer dentro-dentro de mim? É tão pouco. Não te preocupa. O que acontece é sempre natural - se a gente tiver que se encontrar, aqui ou na China, a gente se encontra. Penso em você principalmente como minha possibilidade de paz - a única que pintou até agora, “nesta minha vida de retinas fatigadas”. E te espero. E te curto todos os dias. E te gosto. Muito


- caio fernando abreu

pelo caio

Às vezes me lembro dele. Sem rancor, sem saudade, sem tristeza. Sem nenhum sentimento especial a não ser a certeza de que, afinal, o tempo passou. Nunca mais o vi, depois que foi embora. Nunca nos escrevemos. Não havia mesmo o que dizer. Ou havia? Ah, como não sei responder as minhas próprias perguntas! É possível que, no fundo, sempre restem algumas coisas para serem ditas. É possível também que o afastamento total só aconteça quando não mais restam essas coisas e a gente continua a buscar, a investigar — e principalmente a fingir. Fingir que encontra. Acho que, se tornasse a vê-lo, custaria a reconhecê-lo .

- caio fernando abreu

tudo o que eu sou agora

Eu estou atrás da porta, o corpo revirado, amassado, pequeno, todo dobrado. Sou uma carta gigante, chata, cheia de erros, longa demais, muito complicada. "Chega", alguém, com preguiça de ler sobre o amor ou sem coração para se emocionar com uma carta, disse. E eu virei bolinha de papel. Eu sou uma bolha de detergente, cansei de exterminar os restos e limpar as sujeiras e saí para voar um pouco. Só não fui avisada de minha fragilidade e estourei, para sempre nada, nem cheiro, nem cor, nem transparência, nada. Tudo foi lavado, desinfetado, seco e guardado, a vida continuou e a minha pequena vontade de arrumar a casa nem sequer é mais lembrada. Virei a sua remela, aquela que limpei na sua meia brega e cheia de vontade de se rebelar contra o mundo manipulador. Eu sou aquela sujeira que acorda pendurada nos seus olhos, quer atrapalhar a sua visão, mas você ignora e sai de casa tão despreparado para o dia. Eu fico lá, pequena, tosca, amarelada, suja, berrando para ser vista no canto da sua alma, e você não me lava e nem me absorve, você me expele mas não me limpa, você continua acordando com sono e dormindo acordado. Eu continuo no triste papel de remela dependurada e exposta. Eu espero você sonhar comigo para que eu amanheça nos seus olhos, só é uma pena que, pela manhã, seguro em seu espelho, você não sinta nenhum incômodo. Eu sou uma luzinha minúscula no meio da multidão, uma luzinha que pertence ao show mas não tem o que celebrar. Eu sou um pontinho enorme de tristeza e desespero no meio das pessoas enlouquecidas cantando "I can't live, with or without you". Eu sou uma pequena voz em meio a tantas pessoas que sofrem. Deus, eu sei, eu sei, são tantos e maiores os sofrimentos mas, por favor, não deixe de me dar força, me dar força para que pelo menos, ainda que pequena e com vontade de queimar, eu continue ao menos acendendo o meu fogo e fazendo parte da expectativa. Eu sou um fio de esperança, um fio de alegria, um fio de amor. Eu sou todos os fios que dormiram acalmados pelas suas mãos naquele dia da despedida, se você soubesse que sempre foi só daquele carinho que eu tanto precisava, ele não precisaria ter sido o último. Eu sou aquele homem estranho em frente ao museu em Firenze, eu vou continuar fazendo louva-deuses de folhas e enchendo peitos puros de amor eterno e esperanças, para sempre eu vou ser tão estranho, surpreendente e interessante quanto o amor. Mas eu também sou a sacola barata de roupas sem personalidade que agora guarda tudo o que quase foi, tudo o que poderia ter sido e mais o nosso louva-deus de folhas amareladas, cansadas e quase virando pó, quase virando nada e se espalhando pelo mundo que é enorme demais para parar quando sofremos. Eu sou o nosso louva-deus e estou quase virando nada. Mais do que tudo, sou a garotinha assustada, cinco ou seis anos, ajoelhada no chão do banheiro pedindo que os pais parassem de brigar, assustada com o amor, assustada com a vida, assustada com a porta trancada e a solidão. Essa mesma garotinha mal resolvida que vaga dentro de mim, como um espírito que não aceita evoluir, é a garotinha que quis se curar do medo do amor com um amor tão grande, tão grande, tão grande, que não existe. E ficou sem nenhum.

tati Bernardi.

(+) frases

O problema é ficar completamente no escuro. Você ficou incomunicável e esqueceu de deixar um manual de instruções sobre como viver sozinha depois de te conhecer.


Verônica H

ausência de palavras

E se não quisermos, não pudermos, não soubermos, com palavras, nos dizer um pouco um para o outro, senta ao meu lado assim mesmo. Deixa os nossos olhos se encontrarem vez ou outra até nascer aquele sorriso bom que acontece quando a vida da gente se sente olhada com amor. Senta apenas ao meu lado e deixa o meu silêncio conversar com o seu. Às vezes, a gente nem precisa mesmo de palavras .

- ana jacômo

terça-feira, 20 de julho de 2010

resultado

Depois de um bom tempo dizendo que eu era a mulher da vida dele, um belo dia eu recebo um e-mail dizendo: 'olha,; não dá mais'. Tá certo que a gente tava quase se matando e que o namoro já tinha acabado mesmo, mas não se termina nenhuma história de amor (e eu ainda o amava muito) com um e-mail, não é mesmo? Liguei pra tentar conversar e; terminar tudo decentemente e ele respondeu: mas agora eu to
comendo um lanche com amigos'. Enfim, fiquei pra morrer; algumas semanas até que decidi que precisava ser uma mulher; melhor para ele. Quem sabe eu ficando mais bonita, mais; equilibrada ou mais inteligente, ele não volta pra mim? Foi; assim que me matriculei simultaneamente numa academia de ginástica, num centro budista e em um curso de cinema. Nos meses que se seguiram eu me tornei dos seres mais malhados,
calmos, espiritualizados e cinéfilos do planeta. E sabe o que aconteceu? Nada, absolutamente nada, ele continuou não; lembrando que eu existia.. Aí; achei que isso não podia ficar assim, de jeito nenhum, eu precisava ser ainda melhor pra ele, sim, ele tinha que voltar pra mim de qualquer jeito! Pra isso, larguei de vez a propaganda, que eu não suportava mais, e resolvi me empenhar na carreira de escritora, participei de vários livros, terminei meu próprio livro, ganhei novas colunas em revistas, quintupliquei o número de leitores do meu site e nada aconteceu. Mas eu sou taurina; com ascendente em áries, lua em gêmeos, filha única! Eu não desisto fácil assim de um amor, e então resolvi: tinha; que ser uma super ultra mulher para ele, só assim ele voltaria pra mim.. Foi; então que passei 35 dias na Europa, exclusivamente em minha companhia, conhecendo lugares geniais, controlando meu pânico em estar sozinha e longe de casa, me tornando mais culta e vivida. Voltei de viagem e tchân, tchân, tchân,; tchân: nem sinal de vida .
Comecei um documentário com um grande amigo, aprendi a; fazer strip, cortei meu cabelo 145 vezes, aumentei a terapia, li mais uns 30 livros, ajudei os pobres, rezei pra; Santo Antonio umas 1.000 vezes, torrei no sol, fiz milhares
de cursos de roteiro, astrologia e história, aprendi a nadar, me apaixonei por praia, comprei todas as roupas mais lindas de Paris. Como última cartada para ser a melhor mulher do planeta, eu resolvi ir morar sozinha. Aluguei um apartamento charmoso, decorei tudo brilhantemente, chamei; amigos para a inauguração, servi bom vinho e comidinhas; feitas, claro, por mim, que também finalmente aprendi a cozinhar. Resultado disso tudo silêncio absoluto. O tempo passou, eu continuei acordando e indo dormir todos os dias querendo ser mais feliz para ele, mais bonita para ele, mais mulher para ele.. Até que algo sensacional aconteceu.. Um belo dia eu acordei tão bonita, tão feliz, tão realizada, tão mulher, que eu acabei me tornando mulher DEMAIS para ele. Ele quem mesmo?


martha medeiros

saudadezinha

Ainda que eu esteja numa fase bacana e sem nós no peito (o que por um lado é ruim pois a paz sempre me dá alguns quilinhos a mais e alguns textos a menos), resolvi embarcar num momento nostalgia.
Não sei se foi o clima de inverno,não sei se é porque agora, nesse exato momento, estou ouvindo “I know it’s over”, do Smiths, e tomando uma taça de vinho. Só sei que a noite está pedindo e resolvi fazer uma sessão nostalgia.
Acho normal. Acho perfeitamente normal lembrar com carinho que você sempre dava um jeito de me mandar mensagens em datas festivas. Estivesse você casado ou namorando ou ilhado num templo budista, dava um jeito. Era como se dissesse, sem dizer “eu sei que já faz tempo, mas ainda amo você”.
Também me faz bem lembrar que você nunca, nunca, nunca se alterava. Trouxesse o garçom o pedido errado pela terceira vez ou fizesse um playboy qualquer uma tremenda barbeiragem em cima do seu carro. Você nunca estragava nossas noites. Eram tão raros os nossos momentos, você dizia, que eram para ser sempre bons. E de fato sempre eram.
Eu tenho saudade de mil coisas e todas essas mil coisas sempre caem na mesma única coisa de que eu tenho tanta saudade: sua leveza. Você me dizia que jamais iria me cobrar leveza, pois me amava intenso. E me pedia que fizesse exatamente o mesmo, ainda que ao contrário, por você. E eu não obedecia nunca, afinal, pessoas intensas não obedecem.
E assim nós seguimos, por alguns bons anos entrecortados, sendo tão parecidos ainda que tão atraídos mutuamente pelos nossos opostos. A gente era parecido principalmente porque topava as coisas mais malucas como, por exemplo, brincar que tinha acabado de se conhecer numa festa, ainda que tivesse ido junto para a festa. E por horas ficávamos nessa bobeira e nenhum dos dois ria. Até que alguém pedia, cansado, “já pode voltar ao normal? É que está me dando vontade de transar e eu não transo com desconhecidos”.
Eu tenho saudades de tudo. Da gente acordar sua vizinha de tanto rir de coisas bestas, da mania que você tinha de arrumar minhas roupas em cima da cama enquanto eu tomava banho e de quando você apertava os ossinhos das minhas costas no escuro e falava, baixinho: “ai, como esse garoto gosta de fazer drama!”.
Não é um sentimento egoísta e muito menos possessivo. É apenas uma saudadezinha. Gostosa, tranqüila, bonita, saudável, de longe.
E, quem diria: leve.

tati bernardi

embrulho


Sabe lá Deus onde ele embrulhou você. Tenho procurado nas embalagens mais perfeitas, nos fracos mais cheirosos .. Mas não te encontro nem nos mais simples nem nos mais belos. Vai ver porque ja veio desembrulhado, alguém ja te desembrulhou e esqueceu de empacotar novamente e eu olho pra você dizendo que este não foi o que eu pedi então eu olho novamente pra você e gosto de você assim desembrulhado sem surpressas e promessas, não quero mais embrulhos nem pacotes mal feitos . Quero esse gosto de ja te vi, quero emoções concretas. E desta vez sem surpresas e devolução de produto por propaganda enganosa.

- Laisa Rosinski.

apenas vá

Se sua partida é mesmo inevitável, se seu sonho é mesmo indispensável, se sua vida é mesmo impenetrável, vá logo de uma vez.
Não permita que eu me apegue e faça planos, não me deixe crer no que não há verdade. Vá antes de borrar minha maquiagem, ferir minha coragem, antes que eu jogue meus instintos de sobrevivência definitivamente pela janela do prédio como se não me importassem mais sentimentos próprios.
Não provoque meus medos, não confunda meu discernimento e não destrua meu equilíbrio. Apenas vá.

- Veronica H

segunda-feira, 19 de julho de 2010

frases de filme

Ensinam muitas coisas às garotas: se um cara lhe machuca, ele gosta de você. Nunca tente aparar a própria franja. E um dia, vai conhecer um cara incrível e ser feliz para sempre. Todo filme e toda história implora para esperarmos por isso: a reviravolta no terceiro ato, a declaração de amor inesperada, a exceção à regra. Mas, às vezes, focamos tanto em achar nosso final feliz que não aprendemos a ler os sinais, a diferenciar entre quem nos quer e quem não nos quer, entre os que vão ficar e os que vão te deixar. E talvez esse final feliz não inclua um cara incrível. Talvez seja você sozinha recolhendo os cacos e recomeçando, ficando livre para algo melhor no futuro. Talvez o final feliz seja só seguir em frente. Ou talvez o final feliz seja isso: saber que mesmo com ligações sem retorno e corações partidos, com todos os erros estúpidos e sinais mal interpretados, com toda a vergonha e todo constrangimento, você nunca perdeu a esperança.


- Ele não está tão afim de você

amores impossiveis

Desculpem o trocadilho infame, mas a vida é feita de altos e baixos. Altos, fortes, morenos, sensuais, possíveis e aquele baixinho, meio esquisito, que não sai da sua cabeça. Impressionante como a gente sofre por nada. Um cheiro que mexe com você, um jeito de olhar contido, uma idéia inteligente, várias na verdade. Não, não é nada disso, a gente sofre é pela impossibilidade. Desde que o mundo é mundo não há nada mais afrodisíaco do que a proibição. E se a Julieta tivesse visto o Romeu acordar com mau hálito? E se o Romeu descobrisse o chulé da Julieta? Convivência é foda. Pois é, aquele baixinho esquisito não pertence ao grupo dos amores possíveis, a graça dele pode durar uma eternidade, dependendo do seu grau de estupidez criativa. Ele não quer nada com você, já tem alguém, pertence a um caminho que passa longe do seu, sabe cumé? Pertence ao campo dos idealizados, sonhados e distantes, o que faz dele enorme, lá no pedestal. E nada melhor do que as lacunas da improbabilidade para esquentar uma paixão. Nessas lacunas você tem espaço para criar a história como quiser, ganha poder, inventa. Ele é seu, seu personagem. Nesses espaços livres você coloca todos os seus sonhos, toda a sua imaginação. Cenas completas com fundo musical e palavras certas, finais e desfechos inesperados. Quando você menos espera, ele faz mais parte da sua vida do que você mesma. Mas a realidade aparece mais cedo mais tarde, vem como uma angústia. Parece vontade de fazer xixi, mas é tesão reprimido. Tesão reprimido deve dar câncer. Era só um cara interessante, agora pode te matar. Pronto, você está apaixonada. E a paixão tem suas etapas. Primeiro a negação: eu apaixonada? Imagina. Ele é impossível, nunca vai me dar bola, muito menos duas com o que eu quero no meio. Depois a maximização: ele é mais inteligente, mais bonito, mais engraçado. E todos os mais possíveis para que ele seja mais desafio para você, mais inveja para as suas amigas, se você aparecer com ele na festa, mais fadinhas dançantes para fazer cosquinha no seu ego problemático. Daí é a vez da “superlativização”: em vez de ser mais, ele é “o mais”, o mais fodido, o mais inteligente e o mais gostoso. E você está a um passo do endeusamento: “ele é único”, aí fodeu. Se ele é único, ele é a sua única chance de ser feliz. E, se ele não quer nada com você, você acaba de perder a sua única chance de ser feliz. Bem-vinda à depressão. Como você é ridícula, amor platônico é para adolescentes. Lá fora há milhares de possibilidades de felicidade, de felicidades possíveis. De realidade. E você eternamente trancada na porta que o mundo fechou na sua cara. Fazendo questão de questionar e atentar o inexistente. Vá viver um grande amor. Olha, faça um favor para mim, antes de tremer as pernas pelo inconquistável e apagar as luzes do mundo por um único brilho falso, olhe dentro de você e pergunte: estupidez, masoquismo ou medo de viver de verdade?

- Tati Bernardi

declare-se

Declaração de amor funciona. Não é varinha de condão, não faz mágica, mas jamais passa despercebida. Todo mundo, não importa a idade, o sexo ou o estado civil, quer ser amado. Podemos até já ser muito amados, mas queremos mais. Mas mesmo quando a gente desperta o interesse em quem não nos atrai, ainda assim isso mexe favoravelmente com nosso ego. E esta pessoa deixa de ser um ninguém. Um cara ou uma garota chega perto de você e diz com todas as letras que você é a pessoa mais importante da vida dela, que te ama pra caramba e pede para que, se você um dia achar possível retribuir esse sentimento, mande avisar. Vira as costas e vai embora. Cacilda. Você só vai debochar dessa criatura se for muito tosco.Se você o achava um idiota, pense duas vezes: este idiota se amarrou em você, então não deve ser tão idiota assim. Apaixonou-se? Declare-se. Pode dar em nada, mas garanto que você vai ficar na cabeça de alguém o tempo necessário para ele considerar a hipótese.


- martha medeiros

ferir o orgulho

Eu vou ferir mais uma vez o meu orgulho e rezar pra que você faça o mesmo, porque eu tou me lixando pro meu ego.
Orgulho nenhum dá beijo na boca, faz amor ou te cobre no frio.
Eu não quero mais essa sensatez que me obriga a te cumprimentar com um bom dia quando eu tou morrendo de vontade de sentir a tua barba mal feita roçando no meu rosto em cima de uma cama qualquer.
Eu não quero procurar novas opções, quando eu fechei a porta pra você eu abri todas as janelas, mas nenhum sol brilhou tanto quanto o seu olhar pousando no meu corpo e eu entendi que não importa quantas opções eu tenha ou quantas janelas eu abra, por nenhuma delas vai aparecer o teu cheiro, a tua voz, o teu toque.

- Amanda Telles.

domingo, 18 de julho de 2010

(+) frases

Indecisão é quando você sabe muito bem o que quer mas acha que devia querer outra coisa.


- Mário Prata.

frase do dia

Que eu consiga ser quem eu sou e bata palmas no final!
Mesmo que eu escorregue em mim e puxe a cortina antes do espetáculo acabar.
Quem vai dizer que não era essa a melhor parte do show ?




- fernanda mello

amiguinho

Descobri que por muito tempo eu sofri de uma cegueira estúpida que me impediu de ver o quanto você era importante, até o dia que você foi embora. Eu que tanto fiz de conta que não tava nem ai sequer consegui disfarçar o quanto me doeu ver você voluntariamente sair da minha vida.
Eu queria poder transformar todos aqueles 'nãos' que te afastaram de mim em um grande sim que te trouxesse de volta. Queria abafar todo o ciúme que eu sinto quando sei que tem outra no meu lugar. Queria apagar toda a insensatez de adolescente e dizer pra todo mundo que somos mais que melhores amigos, que pode não ser hoje, nem amanhã, mas será comigo que a sua história será escrita... Mas não consigo e não posso.
Ta difícil viu?! Difícil levar essa historinha de amiguinho quando na verdade a gente se perde as escondidas por ai pra ela não saber. Ta difícil ser amada e ser a outra, droga, ta difícil ser a outra quando eu era a única e joguei pela janela a chance de ser feliz com o homem da minha vida.
Mas sabe de uma coisa?! Eu não sou uma pessoa perfeita, sou cheia de estragos e fui a pior das canalhas com o cara que eu sonhava ser o meu pra sempre, mas eu apagaria todo o passado e toda a dor que eu te fiz passar se tivesse uma chance de ser o único rosto refletido em tuas pupilas novamente.
Eu não posso mais ver o amor que era só meu se tornar um amor 'mixuruco' e dividido. Não posso andar me entregando desesperadamente por ai numa tentativa inútil de me achar quando na verdade tudo que eu preciso é continuar me perdendo em você pra ser quem eu sou. Não posso mais fingir que eu sou forte quando tudo está desmoronando desde aquele adeus. Você consegue me entender?! Eu não posso mais. Estou impossibilitada de continuar vivendo uma perda que não passa, uma despedida de quem não foi, um amor que é metade como se fosse possível dividir ao meio o infinito.
Quer saber amiguinho?! Eu te amo mesmo. Mas vou jurar pra todos os ouvidos do mundo, até meus lábios ressecarem o quanto eu mereço ser feliz nem que seja sozinha. É que do fundo da minha alma eu já me perdoei e se você não pode me perdoar, paciência. O que não dá mais é pra ficar aqui assistindo o seu jeito covarde de se vingar de mim, fingindo ternura quando na verdade tudo o que você quer é exercer o seu maldito direito de me fazer passar três vezes mais por tudo que eu te fiz.


Amanda Telles

a mulher da sua vida


Eu tenho muito medo do que vem depois. Uma coisa são as poucas horas que passamos juntos, outra são os muitos dias que passamos distantes. Eu não sei o que te acontece depois que você me deixa na porta de casa com um beijinho de despedida, não sei quantas mulheres cruzam seu caminho até o nosso próximo encontro, não sei quantas arrancam de você um olhar com segundas intenções, não sei sequer se é em mim que você pensa quando vai dormir porque é com outra que você divide o quarto.
Não preciso de horóscopo, cartomante ou macumbeira pra saber o que você sente quando está comigo. Eu preciso é de fé pra acreditar que isso se perpetua quando os nossos corpos já não estão juntos, quando os dias passam sem que você apareça, quando a noite cai e mais uma vez eu tenho a certeza de que vou dormir sozinha.
Não tenho medo de passar uma vida inteira lutando por você. Eu tenho medo é do seu medo de se entregar, porque foi isso que me mandou tantas vezes pra um caminho diferente do seu e se hoje mais uma vez me encontro ao seu lado é porque se pela força do medo nos separamos, pelo poder que há no amor haveremos de voltar.
Então não venha me falar em responsabilidade, nem chame de maturidade a sua covardia e acima de tudo não tema a minha entrega, não recuse os meus atos desmedidos de paixão e não resista a minha vontade de te tornar o meu pra sempre. Eu só quero que você saiba que sei tanto quanto você o mundo de coisas que nos separam e todos os motivos pelas quais deveríamos permanecer separados. Mas se você realmente acreditar no poder do amor verá que nem o maior de todos os obstáculos fará diferença.
Hoje foi mais um dia em que nada de importante aconteceu e ainda assim eu senti a sua falta, como se você fosse a hora que faltava pro meu dia ficar completo. Então imagina a falta que você faz em dias especiais?! Durante os almoços em família quando todas as primas apresentam um namoradinho novo pra vovó e eu tenho que ficar calada pra não dizer que é mais um ano amando o mesmo cara que ela jamais vai conhecer. Durante as pequenas conquistas, quando eu entrei pra faculdade que você tanto queria, quando eu tirei a carteira de motorista, quando tive meu primeiro dia de trabalho. Durante os dias difíceis, quando perdi pessoas importantes, quando não ia bem na faculdade, quando me encontrei sozinha e de mal com o mundo. Pode mensurar o tamanho de todas as faltas que você me fez? Pode imaginar o quanto eu fui e sou carente por não ter 100% de você quando eu dou 200% de mim? Pode dormir tranqüilo sem nenhum aperto no peito sabendo que tem alguém rezando pra que você não ferre com a vida dela como ferrou com a sua?!
Agora eu tô te amando quietinha, sem mandar cartas, sem discar o seu número, sem passar em frente a sua casa. Afinal do que adianta gritar pra meio mundo ouvir o quanto nós temos que ficar juntos se você não é capaz de mover um dedo pra que isso seja possível? De quê adianta eu dá píti quando mais uma menina idiota vem pedir seu telefone recusando todas as suas circunstâncias (que só eu sou obrigada a lembrar), se você não dá um passo em minha direção pra que elas vejam pra onde o seu destino aponta? De quê adianta ter toda a certeza do mundo de que eu sou a mulher da sua vida se eu não faço parte da sua vida?

Amanda Telles


decompassodelas.blogspot.com
muuuuuuuuito foda mesmo os textos dela !eu amo *-*

o excesso da falta

Foco no lugar vazio da mesa. A pessoa que não veio. Pior ainda: a que não existe. É ali que fico, sempre, apaixonada, doendo, esperando. O lugar vazio da mesa, da cama, do planeta. Minha sorte é um bilhete desses de raspar só que o segredo não sai com nada. Meu amor é a cadeira com pé quebrado que tiraram do salão antes que alguém se machucasse. Então me recuso a sentar em outras e vivo entre o cansaço e o medo de cair de mim mesma.
Eu funciono assim, não sei se você já percebeu. Consigo não te amar, e isso significa passar ótimos dias em paz, quando te trato bem, quando te amo. O que sobra em mim, o que eu guardo no peito, é sempre o negativo do que expeli para o mundo. Por isso o e-mail, carinhoso, um jeito de te expulsar mais uma vez, porque é só isso que sei fazer quando o assunto é sentir além de mim. E quando te trato mal, são dias te amando aqui, nos espaços vazios que você jamais preencheria e que são absolutamente você. O mundo todo que não tem você é ainda mais você. E assim me relaciono. Com o risco de giz branco em torno do corpo que já foi levado do chão. Sempre me apaixono depois que acaba a paixão. Sempre namoro quando acaba o namoro. Só assim sei amar. E então te carrego no peito e em tudo, ao ir sozinha ou mal acompanhada ao cinema. E então janto com você e como bem e até bebo. E passamos sem perceber uma vida inteira. Só porque agora você se foi, é que sinto que você chegou de verdade. E assim namoramos tão bem e sou tão agradável. E é com você que vou até a esquina e o fim do mundo, porque posso tudo agora. Agora que não posso nada.
Daqui vejo milhares de pessoas e boas intenções e motivos pra ser feliz. Mas onde eu estou? Adivinhe? Estou em casa, sozinha, como se não houvesse nada. Como se tudo isso fosse cruel justamente por ser bom. O bom acaba. Mas isso aqui, o refúgio da ansiedade e da alegria, essas duas coisas do demônio, isso aqui é verdadeiro e é daqui que estou, na verdade, no meio de todas essas pessoas boas e os motivos pra ser feliz. É só daqui. Então, quero ir embora. Ir embora pra chegar logo. Porque enquanto estou é insuportável, mas depois, quieta, deitada, o mundo inteiro se encaixa aos poucos até eu pegar no sono e sentir a matéria de estar viva. Não evaporo mais pois estou me apertando até ficar quieta nessa caixinha minúscula que trago tão bem guardada apesar do desespero em ser aberta.
É sempre na falta que vivo. É sempre em cima da altura que não tenho que olho o mundo. E das coisas que eu não sei que falo melhor. E dos sentimentos que eu não poderia sentir que me abasteço pra ser alguma coisa além do que me faz mais uma. E da incapacidade de ser mais uma que me agarro, pra poder participar de algo e esquecer como é maluco tudo isso. É na alegria extremada que sinto o tamanho do sofrimento que posso aturar.
É a loucura que sai antes quando preciso rapidamente ser normal. É porrada que dou quando a mão vai rápida para um carinho urgente. É de onde não se pode estar que tenho saudades. É para o lugar do qual fugi que vou quando corro. É no lugar insuportável que fico quando descanso de algo que não aguentei. É na falta que vivo. O tempo todo sendo a mulher pra você que nem você quer. O tempo todo sendo a mulher que você não vê mais e só por isso, agora, te vejo o tempo todo. É te amando tão infinitamente que me liberto de gostar pelo menos um pouco de você.
Quando preciso de açúcar sinto ânsia só de ver doce. E na hora de ir embora, ganho o viço e a frescura de algo novo. Não lido bem com a fome, pois ela me sacia, me enche, de algo que me faz além do bicho. É do meu auge que caio feio. Na paz de fechar um arquivo que volto a pensar na página em branco e em tudo que não sou capaz. No fundo do gostosinho da alma mora o que dispara meu incômodo mais terrível. Quando tento ser homem, meu Deus, sou mais garota do que aquelas colegiais cheirando a floral com bola de basquete.
Você reclamava que eu não dizia seu nome e isso era só porque eu o estava dizendo o tempo todo. Meu cérebro martelava o som das suas referências e imprimia tanto você que eu precisava falar de mim daquele jeito pra tentar existir além do que eu me tornava. Você era tudo quando reclamava que eu andava estranha ao telefone, sem dar importância. Quando eu não parecia te ouvir, eu estava ouvindo suas milhares de vozes e tentando dar conta de gostar de tanta gente diferente que era gostar de você. Mas agora, assim, dizendo João, eu consigo continuar. Mas não uso a palavra anular porque seria dar rabisco aberto para as asas que não quero desenhar.
O tempo todo o abismo gigantesco quanto mais desço. O tempo todo a calma mais incrível nos momentos de real desespero. E o pânico do que é simples de resolver. E se não tem ninguém pra chegar é aí que verdadeiramente espero. E se não tem ninguém pra me tocar, sinto tesão em encostar no ar. Você não está e me olha como nunca. Você merecia ser amado assim, do jeito que acaba pra começar. Uma covardia só pra quem aguenta firme. Sempre no oco me preencho tanto .



tati bernardi

sábado, 17 de julho de 2010

(+) frases

Mas eu gostava dele, dia mais dia, mais gostava. Digo o senhor: como um feitiço? Isso. Feito coisa-feita. Era ele estar perto de mim, e nada me faltava. Era ele fechar a cara e estar tristonho, e eu perdia meu sossego.


- João Guimarães Rosa

trechos

O amor tem uma consciência louca do futuro, de fazer passado com o futuro. A paixão vive fora do tempo. O amor vive no tempo porque deixa rastros. Paixão se esquece, e amor nem enterrando acaba


Quer um conselho? Finge que a dor que sente é a minha para entreter sua dor. Saudades ficam violentas quando mudamos de endereço. Saudades ficam insuportáveis quando mudamos de sentido. Você confunde sacrifício com covardia. Compreendo. Eu confundo amor com loucura. Cada um tem seus motivos, sua maneira de se convencer que fez o melhor, fez o que podia. Você me avisou que não tinha escolha. Nunca teria escolha. Você foi educada com a vida, pediu licença, agradeceu os presentes. Confiou que a vida logo a entenderia. E cederia. Engoliu uma palavra para dormir. Não serei vizinho de seu sobrenome. Seus nomes esperam um único nome que ficou para trás. Você não desencarnou, não se encarnou, deixou sua carne parada nas leituras. Morrer é continuar o que não foi vivido. Vai me continuar sem saber .

Fabricio Carpinejar

frase do dia

Na infância.. Bastava sol lá fora e o resto se resolvia.

Fabrício Carpinejar

definições

Não pergunte pra mim; você é inteligente. Lê livros, revistas, jornais. Gosta dos filmes dos irmãos Coen e do Robert Altman, mas sabe que uma boa comédia romântica também tem seu valor. É bonita. Seu cabelo nasceu para ser sacudido num comercial de xampu e seu corpo tem todas as curvas no lugar. Independente, emprego fixo, bom saldo no banco. Gosta de viajar, de música, tem loucura por computador e seu fettucine ao pesto é imbatível. Você tem bom humor, não pega no pé de ninguém e adora sexo. Com um currículo desse, criatura, por que está sem um amor? Ah, o amor, essa raposa. Quem dera o amor não fosse um sentimento, mas uma equação matemática: eu linda + você inteligente = dois apaixonados. Não funciona assim. Amar não requer conhecimento prévio nem consulta ao SPC. Ama-se justamente pelo que o Amor tem de indefinível. Honestos existem aos milhares, generosos têm às pencas, bons motoristas e bons pais de família, tá assim, ó! Mas ninguém consegue ser do jeito que o amor da sua vida é! Pense nisso. Pedir é a maneira mais eficaz de merecer. É a contingência maior de quem precisa.

- Arnaldo Jabor

greys anatomy

- Há uns duzentos anos atrás, Benjamin Franklin compartilhou o segredo de seu sucesso com o mundo. Ele disse "nunca deixe para amanhã oq que você pode fazer hoje". Esse é o cara que descobriu a eletricidade. Então é normal achar que a maioria de nós iria ouvir o que ele fala... Eu não tenho idéia porque a gente fica adiando as coisas, mas se eu tivesse que chutar, diria que tem muito a ver com o medo. Medo do fracasso. Medo da dor. Medo da rejeição. Às vezes, o medo é de apenas tomar uma decisão, porque e se você estiver errado? E se você fizer um erro que não dá pra desfazer? Seja lá do que a gente tem medo, uma coisa é sempre verdade: com o tempo, a dor de não ter tomado uma atitude fica pior do que o medo de agir. Acaba parecendo que a gente está carregando um tumor gigante. E, não, eu não estou falando metaforicamente.
Deus ajuda a quem cedo madruga", "é melhor prevenir do que remediar". "Bobeou, dançou". Não podemos fingir que nunca escutamos essas. Todos nós já ouvimos os provérbios, os filósofos, os nossos avós nos falando para não perdermos tempo, aqueles poetas chatos clamando para gente "aproveitar o dia". Ainda assim, às vezes a gente tem que pagar para ver. Temos que cometer nossos próprios erros. Temos que aprender nossas próprias lições. Temos que varrer as possibilidades do hoje pra baixo do tapete do amanhã até não podermos mais, até a gente compreenda por si só o que Benjamin Franklin quis dizer. Que o saber é melhor que o ponderar, que o despertar é melhor que o sonhar. E que mesmo a maior falha, mesmo o pior erro possível, é melhor do que nunca tentar nada.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

chega

Se alguém me perguntasse eu não conseguiria explicar. Faltam palavras, descrições, canções. Falta tanta coisa para sentir o que um dia sentimos.Falta coragem de assumir, coragem de esquecer, coragem de fazer diferente mesmo quando o que se sente continua igual. E hoje, ao pensar no que escrever eu só consigo me lembrar de uma frase:"Te amo tanto, tanto, tanto que te deixo em paz." E sei que você vai ler, e vai me dizer que leu e vai me perguntar se era pra você.E mais uma vez vai me dizer que não quer me machucar.E eu vou entender.Não vou cobrar nada porque já fomos longe demais.E no fundo eu só quero que você guarde um pouco mais.E que daqui a muitos e muitos anos nossa memória consiga se lembrar dos nossos jeitos, sorrisos e momentos.Que o tempo nos permita alguns reencontros sem culpas porque é bom sentir sempre mais uma vez.Porque mesmo a gente voltando para outros abraços só o nosso valerá a pena. Não poderia ser diferente depois do que aconteceu.O que ficou dessa vez? Um cd com minhas músicas, dois chocolates e um abraço. E eu tenho vontade de segurar seu rosto e ordenar que você seja esperto e jamais me perca e seja feliz. E entenda que temos tudo o que duas pessoas precisam para ser feliz. A gente dá muitas risadas juntos. A gente admira o outro desde o dedinho do pé até onde cada um chegou sozinho. A gente acha que o mundo está maluco e sonha com a praia do Espelho e com sonos jamais despertados antes do meio-dia. A gente tem certeza de que nenhum perfume do mundo é melhor do que a nuca do outro no final do dia. A gente se reconheceu de longa data quando se viu pela primeira vez na vida. E você me olha com essa carinha banal de "me espera só mais um pouquinho". Querendo me congelar enquanto você confere pela centésima vez se não tem mesmo nenhuma mulher melhor do que eu. E sempre volta.Porque, quando você está com medo da vida, é na minha mania de rir de tudo que você encontra forças. E, quando você está rindo de tudo, é na minha neurose que encontra um pouco de chão. E, quando precisa se sentir especial e amado, é pra mim que você liga. E, quando está longe de casa gosta de ouvir minha voz pra se sentir perto de você. E, quando pensa em alguém em algum momento de solidão, seja para chorar ou para ter algum pensamento mais safado, é em mim que você pensa. Eu sei de tudo. E eu passei os últimos anos escrevendo sobre como você era especial e como eu te amava e isso e aquilo. Mas chega disso .



-tati bernardi

vem cá

Vem cá. Me dá aqui a sua mão. Coloca sobre meu peito. Agora escute. Olha o tumtumtum. Você pode me ouvir? É pra você, seu besta! É por você que meu coração bate! (Ele, que de tanto bater, parou sem querer outro dia). Posso confessar? Jura que vai acreditar em mim? A verdade é que estou de saco cheio de histórias românticas. Meus casos de amor já não têm a menor graça. Será que você me entende? Eu não escrevo porque vivo amores cinematográficos e quero contar pro mundo. Não!! Eu escrevo porque eu sou uma maluca. Minha vida é real demais. Um filme B pra ser mais exata. E eu não acho graça em amores sem final feliz. Por isso, invento. Pro sangue correr pelas veias, pra lágrima cair dos olhos, pra adrenalina sacudir o corpo. Eu invento amores pra ver se eu acredito em mim. (Acredita?). Mas hoje eu estou cansada. Estou cansada de mentiras, de realidade, de telefone mudo e de músicas sem letra . Me deixa ser egoísta. Me deixa fazer você entender que eu gosto de mim e quero ser preservada. Me deixa de fora de suas mentiras e dessa conversa fiada. Eu sou uma espécie quase em extinção: eu acredito nas pessoas. E eu quase acredito em você. Não precisa gostar de mim se não quiser. Mas não me faça acreditar que é amor, caso seja apenas derivado. Não me diga nada. (Ou me diga tudo). Não me olhe assim, você diz tanta coisa com um olhar. E olhar mente, eu sei! E eu sei por que aprendi. Também sei mentir das formas mais perversas e doces possíveis. (Sabia?) Mas meu coração está rouco agora. GRAVE! Você percebe? Escuta só como ele bate. O tumtumtum não é mais o mesmo. Não quero dizer que o tempo passou, que você passou, que a ilusão acabou, apesar de tudo ser um pouco verdade. O problema não é esse. Eu não me contento com pouco. (Não mais). Eu tenho MUITO dentro de mim e não estou a fim de dar sem receber nada em troca. Essa coisa bonita de dar sem receber funciona muito bem em rezas, histórias de santos e demais evoluídos do planeta. Mas eu não moro em igreja, não sou santa, não evoluí até esse ponto e só vou te dar se você me der também.


- Fernanda Mello.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

mas eu amo você

Hoje eu acordei antes das oito. Coisa de quem não tá legal, né? Aí comecei a pirar total, porque sonhei que meu ex namorado me apresentava a filha bebê dele. Me fazia pegar a menina no colo. E me dizia que ia me amar pra sempre, apesar de tudo. Dizia isso e de repente a ligação caia. Ué, mas ele não tava ao vivo? Acordei achando melhor arrumar logo a cama, tomar logo um chá mate ou água de coco. Tem dor que é melhor não coçar a coceira. Tem coceira que é uma ferida maior do que você imagina. Vai que a coisa te engole e você vira refém da ferida e não um ser com ferida. Um ser dentro da ferida. E morre afogada nadando no pus. E enfim, acordei. Aí trabalhei bastante no meu roteiro. Adiantei boa parte dele. Afinal, amanhã vou pro Rio. E quando penso que vou fazer tudo aquilo. Aquilo de aturar aeroporto, avião, táxi carioca. Aturar tudo aquilo sem ter você. Aí fico aqui imaginando que merda vou inventar pra não ir. Porque é tão mais fácil aturar a vida sabendo que tem você. Agora sem você, meu amigo, a coisa é feia. Realmente feia. Mas aí minha mãe me chamou pra almoçar. Olha que bom. E eu fui feliz. Porque você pode imaginar como eu tava sem você e sem minha mãe. Então a coisa melhorou um pouco. Depois fui com o Kiko visitar um amigo roqueiro, doido e budista que recebeu um lama francês em casa. E o cara falou sobre karma. E eu fui ficando realmente desesperada porque aconteceu tanta coisa maluca nesse encontro. E eu colecionava vida pra te encher dela depois. Agora encho quem ou o quê? O que eu faço com a vida? O que eu faço com a graça da vida? O lama falou que matar bicho dava karma ruim. E uma mulher, você não vai acreditar, mas uma mulher perguntou se matar mosquito da dengue dava karma ruim. E eu queria tanto te contar. Você tá rindo, não tá? É tão bom quando você ri. Olha, tudo bem, eu sei, eu entendi. Mas é foda, é tão foda. Depois comi pão de queijo com suco de morango. Numa padaria aqui perto. Ah, e ontem. Fui na livraria POP. Tão legal lá. E tavam todos os meus amigos .
A Letícia perdeu o emprego e estava super engraçada mandando um palavrão atrás do outro. A Ana vai cantar semana que vem. E eu queria te contar. Sei lá porquê. Essa hora que a gente se contava me dava força, sabe? Me dava gostosinho na alma. E sabe o quê? Descobri que dá pra ir a pé na creperia aqui da rua. E tem vista bonita. Fui ontem. Tava calor. E a gente não fez isso. A gente não fez tanta coisa. Mas o que dói mesmo é esse finalzinho de dia. A hora que eu validava a minha existência com a sua atenção. A hora que eu representava o mundo para a única platéia que me interessa. A hora que eu me irritava um pouco, porque fazia parte. E então tudo isso que pensei e vivi ganhava um motivo maravilhoso e digno que era virar imagem no seu ouvido. Virar realidade. Agora fico aqui me perguntando se eu existo mesmo. Porque se não me conto pra você, o que eu sou? Pra que serve? E ainda tem ingresso do Radiohead. E ainda tem esses DVDs aqui. E a cadeira balança com o vento lá fora e quando eu vou ver tô chorando daquele jeito que faz mugidinhos. Amanhã eu vou pro Rio. E vou ter meus pânicos todos. E no final do dia, puta merda. O foda é o final do dia. Sem me depositar em você pra respirar sem rinite. Sem bater meu cartão em você pra ter o descanso de quem pode terminar bem o dia. Eu sei, eu entendi. Só queria te contar. Eu sei que ficou meio Bridget Jones esse texto. Eu sei que nunca é o que poderia. Mas eu amo você. Só queria terminar dizendo isso. Eu amo você. De verdade.


tati bernardi

(+) frase

O amor era grande demais (...), não era mais aplicável: nem a pessoa amada tinha a capacidade de receber tanto.

-Clarice Lispector

para tudo que nao vale a pena, eu digo NÃO !

Não sei se isso dura muito, mas preciso confessar que ultimamente minha palavra predileta tem sido: NÃO!!!Não aquele “não” que aprendemos a falar desde pequenininhas para valorizar o nosso “passe”. Nossa mãe, avó, nosso pai, tio, amigo, irmão, vizinho. Todo mundo adora ensinar a uma mulher a importância de fazer charme e nunca aceitar nada, de sorvete a casamento, de primeira.
Mas meu “não” é mais para o verdadeiro e autêntico “não” das crianças. Daqueles que vêm do fundo da alma e da convicção. Não é nem jogo nem medo. É fácil, óbvio e transparente.
“Você quer sair comigo?”, pergunta um cara absurdamente inteligente, bonito, mas com namorada. Não. “Você quer viajar comigo?”, pergunta aquele ex- casinho com o corpo mais bonito que eu já vi na minha vida, o melhor beijo dos últimos 100 anos, mas seis anos mais novo que eu e obcecado pela “molecada da facu”. Não. “Você me dá seu telefone?”, pergunta o cara que já pediu o telefone de metade da festa. Não. Aliás, eu nem fui nessa festa. Eu disse que não.
Como diria aquela música “só quero saber do que pode dar certo, não tenho tempo a perder”, eu criei uma certa casca para prazeres fugazes. Vivi 345 deles nos últimos anos e fui feliz, mas pela primeira vez sinto que não tenho mais nenhuma curiosidade a respeito.
Dizem que Buda só virou Buda porque nasceu milionário. É mais fácil abdicar de um mundo de facilidades depois que já experimentamos desse mundo em demasia. Chega.
Eu já sei como é fugir para o banheiro do restaurante. Já sei como é beijar um sem-nome, um nome famoso, o melhor amigo, o inimigo, o namorado da amiga, o amigo do namorado, o chefe, o gatão, o feio, o vuivinho feliz, o deputado, o ator da Globo. Já sei como é acordar em um lugar estranho. Embaçar o carro. Ir a uma festa e pensar “tirando o cara do caixa e do telão, já beijei tudo o que se mexe nesse lugar”. Nada dessas coisas têm mais graça pra mim.
Mas às vezes me pergunto se estou mesmo certa. Quando vou ao cinema com um casal de amigos que fica se pegando loucamente ao meu lado ou descubro que esfriou no meio da noite e a manta está na parte mais alta do armário, eu me pergunto se uma aventurinha qualquer não era melhor que nada. Pelo menos te esquenta um pouco e te faz alguma companhia. E lembro do Vinícius que diz “mesmo amor que não compensa é melhor que solidão”.
Mas quando uma “fraquezazinha” vem me visitar, eu encho o peito e digo minha mais recente e sonora frase: “Nãããããããããão”. Já tive aos montes pessoas que não compensam esquentando a cadeira ao lado do cinema, o banco ao lado do carro e o travesseiro extra da cama. E nem por um minuto senti meu peito aquecido. A gente até engana os outros de que é feliz, mas por dentro a solidão só aumenta. Estar com alguém errado é lembrar em dobro a falta que faz alguém certo. Há um bom tempo eu resolvi que alguém certo só apareceria se eu abrisse mão de todos os errados e soubesse esperar. Resolvi que a energia para atrair alguém bacana tem que ser igualmente bacana e com tanta gente errada na minha vida eu não estava emanando coisas muito boas. Mas tomar uma decisão e segui-la do fundo da alma requer um certo tempo de adaptação. Digamos que um pouco de carência com um restinho de curiosidade tenham me feito dizer, nos últimos anos, alguns “sim” que até me divertiram, mas não levaram minha vida a lugar nenhum. Mas agora sinto que isso mudou. Não porque eu quero que mude, simplesmente porque mudou naturalmente.
Por isso, nesse restinho de ano, inspirada no final dos meus 28 anos (que fecha um ciclo) e no começo do ano 2008 (que cabalisticamente representa o número 1 e o começo de um novo ciclo) eu incorporo meu amigo Borat (quem não viu o filme precisa ver!) e respondo a todos os rapazes, amigos e empregos que não forem verdadeiros, bem intencionados e a fim de me fazer feliz : nãaaaaaaaaooooooooooooooo!


- tati bernardi

reflita

O vinho mais caro não serve pra nada quando a sede é de água


tati bernardi

sorriso

Desejo que o seu melhor sorriso, esse aí tão lindo, aconteça incontáveis vezes pelo caminho. Que cada um deles crie mais espaço em você. Que cada um deles cure um pouco mais o que ainda lhe dói. Que cada um deles cante uma luz que, mesmo que ninguém perceba, amacie um bocadinho as durezas do mundo .


Ana Jácomo

ps eu te amo

Não conseguia se lembrar da última vez em que estivera verdadeiramente feliz, quando alguém ou algo a fazia rir tanto que seu estômago a incomodava e seu maxilar doía. Sentia falta de ir para cama à noite sem absolutamente nada na cabeça, sentia falta de apreciar a comida, em vez de comer ser apenas algo que precisava enfrentar a fim de continuar viva, detestava as contrações na barriga cada vez que se lembrava de Gerry. Sentia falta de apreciar seus programas de televisão favoritos, em vez de apenas assisti-los sem interesse, somente para passar as horas. Detestava não ter motivo algum para acordar; detestava a sensação que tinha quando acordava. Detestava não sentir excitação alguma e não ter nada por que ansiar. Sentia falta de ser amada, de saber que Gerry a estava observando enquanto ela assistia à televisão ou comia seu jantar. Sentia falta dos olhos dele sobre ela quando entrava em um cômodo; sentia falta dos seus toques, seus abraços, seus conselhos, suas palavras de amor .

diario de uma paixão


Noah - Será que pode ficar comigo?
Allie - Ficar com você? Pra que? Olha só pra nós, já estamos brigando.
Noah - Mas é o que fazemos... brigamos! Você fala quando estou sendo um desgraçado arrogante e eu falo por estar sendo uma chata irritante, que é o que você é 90% do tempo. Eu não tenho medo de magoar você. Fica chateada por uns dois segundos e em seguida volta fazer a mesma coisa irritante.
Allie - E daí?
Noah - E daí que não vai ser fácil, vai ser muito dificil. E vamos ter que trabalhar nisso todos os dias. Mas eu quero fazer isso porque eu quero você! Eu quero você pra sempre! Você e eu, todos os dias. Pode me fazer um favor, por favor? Será que pode imaginar a sua vida daqui a trinta anos ou quarenta anos? O que você vê? Se é com aquele homem então vá! Vá embora. Eu já perdi você uma vez, acho que posso aguentar de novo, se for o que voce realmente quer. Mas não escolha a saída mais fácil

frase do dia

Querida se fosse facil,nao seria humano


- Par perfeito

terça-feira, 13 de julho de 2010

um alô

bom, hoje eu nao vou conseguir postar NA-DA, estou meio alegre,e eleétrica e nao consigo ler nada mesmo ! nao com meu lado sensivel, e como, eu tenho o blog por prazer, prefiro estar sensivel para postar ! uma boa noite para todos . *-*



BEIJOS, LOBALELA

segunda-feira, 12 de julho de 2010

foda-se você

Sempre achei que esse amor era coisa de quem não tinha nada melhor para fazer. Eu só o sentia porque estava infeliz naquela vida pacata. Só por isso. Resolvi então agitar a vida pacata. E comecei a sair mais de casa, enxergar as pessoas ao meu redor, mais viagens, mais baladas. Amor é coisa de gente pacata e agora que eu tinha uma vida agitada, poderia, finalmente, mandar esse amor embora. Tchau, coisinha besta.
Nada feito. Só piorou. Acordava e ia dormir com ele engasgado aqui. Ficava inconformada. Mas aí concluí: amor é coisa de quem tem tempo pra pensar nele. Claro, mesmo com a semana agitada entre faculdade e trabalho, eu fico em casa o fim de semana todo, alegando cansaço, no silêncio das minhas coisas, claro que acabo pensando besteira. Aquele papo de mente desocupada casa do diabo, sabe? Amor do diabo. Fui procurar Jesus.
Depois de dez passes e de ler todo o Evangelho Espírita, achei que ficaria tudo bem. Ficou nada. Eu só parei de sonhar que botava fogo no apartamento do ser amado ou que arrancava os olhos de todas as mulheres do mundo. Parei, talvez, de odiar o amor. Mas o amor, na verdade, ficou lá. Duro que nem pedra. Daqueles que não vão embora nem com reza brava.
Amor adolescente, pensei. Com certeza, se eu virar mulher, esse amor bobinho passa. Amor de menina boba. Tratei, então, de virar mulher. Quem sabe mudando o visual, esse amor não se mudava de mim? Nada feito. Cabelo novo, roupas novas, sapatos novos, novas contas pra pagar. E o mesmo coração idiota. O mesmo amor de sempre. Coisa chata, não?
Ah, que que é isso! Amor deve passar com um novo amor, não? Olha lá aquele menino bonito te olhando, o outro que escreve bonito, o outro que te faz rir um monte, aquele gordinho simpático (adoro gordinhos), tem também aquele ali, com mão firme. Nada. Nenhum deles foi capaz de me salvar, de substituir minhas células cansadas em sentir sempre a mesma coisa. Nenhum foi capaz, nem por um segundo, de me levar para passear em outros tormentos. Ou outras alegrias. Qualquer outra coisa que seja.
Aí veio a idéia brilhante. Será que se eu mergulhasse de cabeça na estupidez desse amor, não me curava? Será que se eu, por um minuto apenas, parasse de sentir tudo isso de dentro da grandiosidade que eu inventei para tudo isso e enxergasse de perto como tudo é tosco e pequeno, eu não me curava? Só piorou. De frente para ele e suas constatações tão absurdas a respeito de tudo, só consigo sentir ainda mais amor. E quanto mais e maiores motivos para não sentir, ele e a vida me dão... Adivinhem? Sim, o amor cresce. Irresponsável, sem alimento, sem esperança e de uma burrice enorme. Ainda assim, forte e em crescimento.
Mas esse amor, ah, esse amor é coisa de quem não ama a própria vida. Se um dia, um dia eu pudesse realmente ser uma Jornalista. Ou até, nossa, se eu pudesse trabalhar na televisão sabe? Esse amor iria embora, claro. Nada feito. Escrevo essas linhas de frente para um monitor chiquérrimo, posicionado na minha sala, que não divido com ninguém, minha, com tudo que sempre sonhei nela, que fica dentro de uma emissora de tv. Afiliada à segunda maior e melhor do Brasil. Estou aqui graças a minha maior qualidade: a fé. Sim, isso só não funciona pro amor, mas pra todo resto na minha vida acreditar sempre funcionou.
Tudo certo com a minha vida. Ou quase tudo certo. Ainda sinto esse amor ridículo. Essa coisa infernal que me vence todos os dias, todos os minutos. Mas olha lá quem me adicionou. Aquele diretor inteligentíssimo, daquele programa que eu amo! Quantos bons contatos me admiram e me elogiam. Ainda bem que alguém além de mim acredita em mim. É tanta coisa boa acontecendo, tanta gente boa se aproximando que tá na hora de acordar. Enxergar. Receber.
Taí. Tá bom. O amor venceu. Você venceu. Venceu. Venceu. Venceu.
E eu acabo de descobrir, simples assim, a única maneira de me livrar desse sentimento: aceitando ele, parando de querer ganhar dele. Te amo mesmo, talvez pra sempre. Mas nem por isso eu deixo de ser feliz ou viver minha vida. Foda-se esse amor. E foda-se você.


tati bernardi

amor unilateral

Me dei, me dei..mudei. E você, o quê? Fiz tudo, te dei o meu mundo. E você o quê? Joguei, lutei, arrisquei, amei! Gostei, um amor maior: impossível. E você o quê? Ultrapassei meu íntimo. Fechei meus olhos, os olhos da alma. Decidi ignorar meus padrões. Ocultei minhas raivas, algumas vezes não deu, disfarcei meus ciúmes, amaciei minhas mágoas. Sua voz me tranqüilizara, teu sexo me domava. Fiz como pude e como não pude. Do seu jeito fui levando, algumas vezes amor próprio me faltou, mas eu só queria seu amor. Por inúmeras vezes te amava mais do que o tudo. E pergunto: E você? O quê? Armei sua lona, fiz seu circo , pintei seu mundo. Fiz de você meu primeiro. Usei suas cores, anulei as minhas. Aceitei suas verdades intactas, anulei as minhas. E você amor? O quê? O quê você fez? Despedacei meu ego, levantei nossa bandeira. Me julguei egoísta, fui contra a seu favor. Chorei, chorei, chorei até faltar vazio em mim. Fui no fundo, no profundo do meu âmago. Pra merecer teus carinhos, teus gemidos, tua língua, teu prazer, teu sorriso, tua atenção, teu apreço.Pra me sentir mulher, me fiz criança. Fiz pirraça, cena, novela. Decorei um texto pra nada dar errado. Abri a mente, fiz preces, fantasiei um mundo. Amei teu corpo, teu jeito, teu cheiro,tua sombra, abri meu peito acreditei na gente. Desconfiei muito, mas confiei demais E você amor? O quê ? Ouviu minha canção? Abriu o peito? Cortou seus cabelos? Trocou de canal? Falou “aquela” frase? Fez planos pra mim? Escolheu um filme pra nós dois? Foi minha companhia para todos os momentos? Foi a um show? Usou “aquela” blusa? Amou-me de verdade? Pensou em mim? No que construímos? No que alcançamos? Tudo um dia tem fim. Tudo na vida tem volta. Tranqüilo você pode ficar, riscos de amar sem ser amado, você não há de correr não. Amor de verdade você não sabe diferenciar. Dizer que vou ser feliz agora? Quem sabe? Dizer que você vai se dar bem? Tomara! Aprendizados são pra vida toda, mas amor unilateral na vida da gente uma só vez é suficiente.


tati bernardi

(+) frase


Ou talvez estivessem realmente destinados um ao outro, e mesmo sem o álcool, numa rua repleta saberiam encontrar-se


caio fernando abreu

(+) frase

Esperar dói. Esquecer dói. Mas não saber se deve esperar ou esquecer é a pior das dores


- caio fernado abreu

do caio

Te desejo uma fé enorme, em qualquer coisa, não importa o quê, como aquela fé que a gente teve um dia, me deseja também uma coisa bem bonita, uma coisa qualquer maravilhosa, que me faça acreditar em tudo de novo, que nos faça acreditar em tudo outra vez.


caio fernado abreu

frase do dia

Não, meu bem, não adianta bancar o distante: lá vem o amor nos dilacerar de novo.

caio fernando abreu

ultimos segundos


Não deixe quebrar, não deixe romper, não deixe virar grafite envelhecido e esquecido como qualquer contrato sem alma. Corra e cole os pedaços, corra e segure meus pés no chão porque eu estou quase voando, ou me faça voar novamente com você. Por favor, não espere o sanduíche ou a festa do ano, e a minha cara assustada perdida na sua ausência.
Venha logo, traga de volta a minha certeza, não deixe, por favor, não deixe. Traga um agasalho para esquentar a minha falta de amor e ganhe em troca um ingresso para a minha fidelidade.
Não espere o horário do trânsito livre, não espere ouvir o que você não quer, não espere a vida dar merda para colocar a culpa na vida.
Eu ainda estou aqui por você, limpa, ilesa, sua. Mas cada milímetro do meu corpo me implora por vida, por magia, por encantamento. Por favor, me roube, não deixe, não esqueça do nosso pacto em não ser mais um daqueles casais que não conversam no restaurante e reparam tristes nos outros.
Outro dia ouvi a música do Closer e lembrei o tanto que eu te amava, o tanto que ainda te amo, mas havia esquecido. Eu lembrei que enxergar sem pretensões você dormindo, com o seu ombro caído pra frente fazendo bochechas de criança na sua cara feliz, é a visão do paraíso pra mim.
Eu preciso de força, eu preciso de ajuda, eu preciso que você me lembre de que eu não preciso de mais nada, que mais nada é tão perfeito e que podemos ser um casal imbatível.
Caso tudo isso seja um trabalho inconsciente para me perder, parabéns, você está conseguindo. Mas se ainda existir dentro de você alguma esperança, eu preciso demais que você me abrace e me faça sentir aquilo novamente. É fácil, basta você querer, eu ainda quero tanto.
Venha agora, não espere o músculo, a piada, o botão, o calo, a saudade, o arrependimento, o vazio. Eu preciso sentir que você ainda sente, eu preciso que o seu coração dê um choque no meu, eu preciso saber que seu peito ainda aperta um pouco quando eu vou embora e se espalha como borboletas nas veias quando eu chego.
Tudo o que eu quero, quando ela me olha sem pressa e sorri nervosa sem saber porque a gente procura se perder. Eu ainda preciso que você me ache bonita, se surpreenda, me comemore e esqueça um pouco de todo o resto pra se encantar sem medo do tempo.
Não me tire a razão, não me tire a honra, não me faça estragar tudo só para sentir o vento na cara de novo e a música alta. Berre e assopre em mim enquanto é tempo.
Eu ainda quero viver para você. Venha agora, ganhe a corrida, passe todo o resto pra trás, é você quem eu continuo eternamente esperando na linha final.


tati bernardi

bom, eu acho qu eu já postei, mais nao consegui achar aqui, e alguém souber onde tá, se eu tiver mesmo postado .. me avisem por favor ! *-*